São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 2002 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Levir Culpi surpreende Guarani ao deixar meia Pedrinho no banco e escalar três atacantes Palmeiras sai da lanterna, mas continua no escuro
EDUARDO ARRUDA DA REPORTAGEM LOCAL Os astros, de novo, não apareceram, mas o Palmeiras finalmente deu as caras neste Brasileiro. Sem Zinho e Dodô, as duas principais contratações do time para este semestre, que não atuaram, mas com Arce e Juninho, destaques ontem, o time bateu o Guarani por 4 a 2 no Parque Antarctica em sua melhor apresentação até agora no campeonato. Apesar do resultado, a equipe continua em situação crítica. Deixou a lanterna, mas segue na zona de rebaixamento, em penúltimo lugar, com 19 pontos e dois jogos a mais que seus adversários. Até a bandeira de Nossa Senhora Aparecida, símbolo da vitória contra o Paysandu, que interrompeu uma sequência de nove jogos sem triunfos do time, retornou para o Parque Antarctica ontem. O comandante palmeirense também apareceu. Levir Culpi, que tem neste ano sua pior performance histórica na competição, com 30% de aproveitamento, surpreendeu. O "dedo do técnico" foi deixar o meia Pedrinho de fora e escalar três atacantes -Muñoz, Nenê e Itamar. E foi a escolha certa. Em 45 minutos, o Palmeiras foi arrasador. Já no primeiro minuto, Muñoz recebeu de Arce, mas chutou para fora. O Palmeiras ofensivo pressionava -foram 21 finalizações no jogo, 14 só no primeiro tempo. Acuado, o time de Campinas esperava por um erro do rival que, com forte marcação, não deixava o adversário passar do meio-campo -o Guarani finalizou só duas vezes na primeira etapa. E assim, de forma meteórica, o time da casa chegou ao gol. Muñoz tocou para Arce, que cruzou para Juninho, livre na área, tocar de cabeça e fazer 1 a 0, aos 5min. Nem parecia o Palmeiras que só havia vencido três jogos no Brasileiro até então. O time continuou no ataque. E Itamar acertou a trave num chute de fora da área. Arce, a única estrela palmeirense que tem brilhado em campo, quase fez gol olímpico. Mas ontem era dia de Juninho brilhar também. Aos 28min, o árbitro Edílson Pereira de Carvalho marcou pênalti de Martinez no palmeirense após boa jogada individual na área. O meia, aliás, foi o mais acionado do Palmeiras, com 24 bolas recebidas no jogo. Arce cobrou forte no canto esquerdo e ampliou o marcador. Tudo dava certo para o Palmeiras, e o Guarani ainda ajudava. O lateral Emerson, aos 33min, recuou bola nos pés de Itamar, que dividiu com Edervan. Na sobra, Nenê chutou, mas Bruno Quadros evitou o gol. O gol perdido não foi um problema. Estava fácil. E, aos 39min, Itamar fez 3 a 0 após uma boa jogada de Nenê. E Arce ainda daria o quarto gol para o zagueiro César, aos 42min. Ele fez de cabeça após ótimo cruzamento do paraguaio. Então, o técnico do São Caetano, Jair Picerni, resolveu se apresentar. Fez três alterações, e o Guarani, time com melhor aproveitamento fora de casa no Brasileiro, surgiu no segundo tempo. Em apenas oito minutos, fez dois gols (Sérgio Alves, de pênalti, e Adriano) e amedrontou o Palmeiras, que ameaçou surtar. A torcida pediu Pedrinho, que entrou e reanimou o time. Com o meia em campo, o Palmeiras equilibrou o jogo. A partida ficou tensa e, então, foi a hora de Edílson Pereira de Carvalho aparecer. Ele tirou de cena Levir Culpi ao expulsar o treinador por reclamação. Pelo mesmo motivo, Picerni também deixou o banco de reservas. Depois foi a vez de Otacílio ser expulso por entrada violenta em Juninho. Com um homem a mais em campo e o resultado definido, a torcida do Palmeiras apareceu. E, pela primeira vez neste campeonato, gritou "olé" enquanto o time trocava passes. Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Técnico culpa o ataque 'pecador'; Muñoz retruca Índice |
|