São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 2006

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Recordista, Brasil tenta consolidar ascensão mundial

Maior em finais, equipe de ginástica feminina vai registrar melhor resultado em Mundiais se mantiver sétima posição

Laís Souza será a primeira ginasta brasileira a atuar em todos os dias da reta final: competirá no individual, na equipe e em dois aparelhos

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Após surpreender na estréia e conquistar um número recorde de vagas em finais num Mundial, a seleção feminina de ginástica artística volta ao tablado do NRGi Arena para tentar confirmar sua ascensão.
Com o encerramento da primeira fase, ontem, o Brasil confirmou presença em seis finais (quatro no feminino e duas no masculino) e hoje à tarde, no horário de Brasília, pode alcançar um resultado histórico na decisão por equipes.
Para isso, o time, que ficou em sétimo lugar entre 34 seleções na fase de classificação, terá de melhorar ou pelo menos manter a posição para superar o feito do Mundial de Anaheim-2003, quando o país disputou cinco finais e viu o time feminino terminar em oitavo.
"Até aqui conquistamos um resultado maravilhoso, muito acima das nossas expectativas. Vamos para a final visando subir ainda mais, por que não?", afirma Eliane Martins, supervisora de seleções da Confederação Brasileira de Ginástica.
E o otimismo encontra respaldo, em especial, na boa fase de Laís Souza, que se tornará na Dinamarca a primeira ginasta do país a atuar em todos os dias de finais do Mundial -hoje (equipe), amanhã (individual geral, ao lado de Daniele Hypólito), na sexta (salto) e no sábado (solo, quando irá rivalizar com Daiane dos Santos).
"Foram bons os resultados. Mas daqui para a frente é que é para valer, pois serão definidos os pódios. Então, a concentração deve estar redobrada em cada aparelho", diz Laís.
O que mais anima a equipe é o fato de já não existirem a ansiedade da estréia, especialmente para as novatas Juliana Santos e Bruna da Costa, e a pressão para a classificação para o Pré-Olímpico de 2007.
"Nós já igualamos a melhor campanha, agora é só fazer uma boa competição", diz Daiane, que, ao lado de Laís, Daniele e Camila Comin, participou da campanha em Anaheim, quando colocou o Brasil no mapa da ginástica ao ser ouro no solo.
A baixa diferença de pontos em relação aos rivais na primeira fase anima a seleção. Só 4,55 pontos separaram a terceira colocada, a Ucrânia, da sétima, o Brasil, que somou 230,475.
País mais elogiado pela federação internacional até aqui, o Brasil acredita que o formato da final o favorecerá na busca por melhores colocações.
"Na primeira fase, foram cinco atletas competindo por aparelho e quatro notas computadas. Agora, serão apenas três ginastas em cada prova, sem descarte de nota", diz Eliane.
E realmente a quarta nota foi o que impediu a seleção de ser mais bem-sucedida na estréia.
Por exemplo, nas paralelas assimétricas, o país obteve na primeira fase: 14,700 (Daiane), 14,550 (Laís), 14,075 (Daniele) e 13,225 (Juliana), após o descarte de 12,775 (Camila).
"Com três notas será melhor para nós. O problema é que agora, se errar, já era. Na final, não pode haver falhas, pois toda nota conta", diz Eliane.
Para a decisão, as brasileiras têm só uma certeza: hoje, a não ser que cometam sucessivos erros, os EUA levarão o ouro.
"Elas são hors-concours. Elas têm um leque de opções muito grande, devido ao enorme número de atletas. Os EUA estão um degrau acima da gente e, ao que parece, de todos os outros países", avalia Eliane.
Na primeira fase, os EUA lideraram com 243,325 pontos, ficando 3,8 à frente da China.


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