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Árbitros do país são arma para a final
DA REPORTAGEM LOCAL
Antes ponto fraco para a
equipe de ginástica, a arbitragem tornou-se trunfo na
final do Mundial de Aarhus.
O país tem quatro jurados
entre árbitros da federação
internacional: Alice Tanabe,
Denise Lima, Marco Martins
e Eliseu Burtet Neto.
"A gente passa tudo para
eles. Temos a vantagem de
saber o que está valendo
mais ou o que estão desconsiderando nas notas", afirma
Eliseu, o Kiko.
Segundo ele, não há restrições impostas da FIG ao contato entre juízes e atletas.
"É até normal. É como
uma missão nossa. Avaliamos também a banca de jurados, quem a compõe. Tudo
pode virar informação útil.
Sempre dá para pinçar algo,
especialmente quem é mais
experiente", diz Alice Tanabe, que é coordenadora do
Comitê Técnico da confederação brasileira.
Ela diz que, por mínima
que seja no atual código de
pontuação, a subjetividade
se faz presente em banca de
júri de um único continente.
"Chega a ser involuntário",
diz ela, citando como exemplo Ninan Yan, hoje vice da
FIG. "A gente a apelidava de
nine nine, porque vivia pedindo 9,9 para os chineses."
Até informações sobre os
rivais são trocadas, já que os
árbitros viram, no treino de
pódio, todas as séries dos ginastas do Mundial. "Sabemos o que cada um fará, quase sempre com 100% de exatidão", diz Alice.
As dicas são bem-vindas.
"É um toque a mais", diz Diego Hypólito, que está nas finais de salto e solo.
Para dar uma idéia da afinidade dos atletas com os árbitros, Kiko foi técnico de
Daiane no Grêmio Náutico
União. "É como na época dos
treinos. Só que agora, em vez
de instruções, são dicas."
Apesar de julgarem os brasileiros na primeira fase, em
que deram mais de 250 notas, os juízes do país ficaram
só na torcida nas finais por
aparelho, quando não pode
haver atletas e árbitros de
mesma nacionalidade. Mas
terão Alice no júri da final do
individual geral feminino,
amanhã.0
(CCP)
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