São Paulo, segunda-feira, 18 de outubro de 2010

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JUCA KFOURI

Crime do apito


Cartolas vendem votos na Fifa, e arbitragens estragam o futebol no Brasileirão


CARTOLAS CORRUPTOS são notícia? São sinônimos? São redundância? Ou pleonasmo?
São tudo isso, como mais uma escolha de sede de Copa do Mundo comprova.
E arbitragens danosas? São notícia? Sinônimos? Pleonasmos e/ou redundâncias?
Ronaldo Fenômeno e o Corinthians só não ressuscitaram porque a arbitragem não deixou, ao anular um gol legalíssimo do alvinegro.
O Cruzeiro só perdeu do Grêmio, num jogo que cumpriu o que prometeu, assim como São Paulo e Santos fizeram ainda mais, porque Wellington Paulista teve um gol mal anulado por impedimento.
Voltemos ao de sempre: mil vezes um gol validado em impedimento discutível do que um anulado em posição legal.
E o que mais se vêm são gols roubados pelas arbitragens porque, já que a apodrecida Fifa não adota meios eletrônicos, apitadores e bandeirinhas se julgam deuses capazes de observar o que a ciência já demonstrou ser impossível para o olho humano.
O raro leitor já leu aqui que o Corinthians vinha sendo beneficiado pelas arbitragens depois de ter sido prejudicado em alguns jogos. Eis que de lá para cá, outra vez só erram contra o alvinegro, como aconteceu contra o Vasco e contra o Guarani.
Em São Januário, é verdade, o Corinthians não merecia melhor sorte do que a derrota.
Mas, ontem, não.
Se perdeu gols imperdíveis com o próprio Ronaldo, de cabeça, com Moacir, de furada, e com Paulinho, no travessão, quem evitou a ressurreição foi mesmo o bandeirinha.
Se ainda pudéssemos ter certeza de que são meros erros, como, aparentemente, neste 2010, são mesmo, menos mal.
Mas, depois de casos como os de Ivens Mendes, Armando Marques e Edilson Pereira de Carvalho, por que não desconfiar de que a podridão que contagia a Fifa e suas filiadas continue a contagiar apitos e bandeirinhas pelo Brasil e pelo mundo afora?
E o pior é que até mesmo cartolas que se orgulham da intimidade que têm com a fina flor do poder futebolístico no país, como o corintiano Andres Sanchez, em vez de serem vozes que busquem a limpeza dos resultados dentro de campo, preferem autorizar pressões de seus iguais, sem se dar conta de que o feitiço se vira contra o feiticeiro.
Porque os falsos podem enganar alguns por algum tempo, mas jamais todos por todo o tempo, como já disse alguém bem mais autorizado do que este irritado colunista.

blogdojuca@uol.com.br


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