FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Sem outra alternativa a não ser ganhar para manter suas esperanças no Brasileiro, o Santos decidiu reforçar o ataque hoje, às 16h, contra a Ponte Preta, na Vila.
Após a derrota por 3 a 0 para o Internacional na última quinta, os santistas necessitam vencer seus últimos jogos -os outros dois são contra Fluminense, fora, e Vasco, em casa. Torcem também por resultados negativos de Internacional, São Paulo, Bahia, Ponte Preta, Goiás e Palmeiras.
Uma vitória hoje já colocará o time à frente de pelo menos um dos rivais diretos na luta pela classificação -a própria Ponte.
Embora tenha 35 pontos, ganhando hoje o Santos, que é o 12º colocado, chegaria aos 38, empatando com o time campineiro, o nono na tabela, mas levando vantagem nos critérios de desempate.
Para tentar garantir que o time cumpra o seu papel, mantendo-se na disputa por uma vaga, o técnico Cabralzinho deverá introduzir um jogador a mais no setor ofensivo, o que implicará o sacrifício de um dos três zagueiros ou de um dos dois volantes.
O provável candidato a ganhar um lugar é o meia-atacante Elano, um dos poucos a receber elogios do treinador na derrota em Porto Alegre. Com isso, deixaria a equipe o zagueiro Galván, que falhou em dois dos três gols do time gaúcho, ou o volante Renatinho.
Com Elano, o Santos terá dois meias ofensivos em apoio aos atacantes Marcelinho e Viola- pela direita, o próprio Elano, e, pela esquerda, Robert, que retornará à equipe após 15 dias de inatividade devido a uma lesão muscular.
A opção por reforçar o setor ofensivo se baseia ainda na avaliação de Cabralzinho de que a Ponte Preta tentará "administrar" a partida, a fim de deixar a Vila com um empate.
A escolha implicará alterar o esquema tático que o Santos vem empregando no campeonato e que deu ao time até agora o terceiro lugar (com 26 gols) entre as defesas menos vazadas -a primeira é a do São Caetano (22) e a segunda, a do Grêmio (24).
Esse esquema (3-5-2) vem se baseando na utilização de três zagueiros e dois volantes. Se sair Renatinho, Marcelo Silva passará a ser o único marcador no meio-campo. Se sair Galván, o time voltará ao convencional 4-4-2, com dois zagueiros e dois volantes.
Seja qual for o sistema, porém, para fazê-lo funcionar, Cabralzinho diz ter agora como único instrumento a conversa com os atletas. "Não há mais tempo para preparar a equipe em campo nos aspectos tático e técnico. Vamos conversar e explicar a eles o que devem fazer", declarou.
O treinador dedicou os últimos dias para tentar desfazer o desânimo provocado pela derrota para o Inter. Após duas vitórias e um empate nas três rodadas anteriores, o grupo contava com uma vitória em Porto Alegre para embalar. "Foi um resultado inesperado que trouxe um certo abatimento. Agora, temos de trabalhar o aspecto emocional."
Além de Robert, voltarão à equipe o zagueiro Cléber e o lateral Leo, que não atuaram contra o Inter por estarem suspensos.
O goleiro Fábio Costa, expulso contra o Inter, e o lateral Valdir, que recebeu o terceiro amarelo, serão substituídos por Pitarelli e Russo, respectivamente.
Já o meia-atacante Marcelinho, que esteve ameaçado de não atuar devido a uma lesão na coxa, deve ter condições de entrar em campo contra a Ponte Preta.


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