EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Lusa dará hoje a sua última cartada na tentativa de obter uma das vagas para a próxima fase do Brasileiro-2001 perturbada pelo delicado momento político vivido pelo clube, que terá eleições presidenciais no dia 3 de dezembro.
Por isso, o fato de a partida contra o Fluminense, às 16h, ser disputada no estádio do Maracanã causou alívio nos dirigentes e no técnico Candinho, que estão sendo pressionados por torcedores do time nos jogos em casa.
A cúpula do time do Canindé avalia que, jogando fora de São Paulo, o time terá mais chances de conquistar as vitórias nos três jogos que lhe restam no Nacional -além do Fluminense, Botafogo-RJ (em casa) e Grêmio (fora).
"O jogador entra em campo, vê faixas de cabeça para baixo e não se sente seguro dentro de casa. Por isso, nós temos jogado muito melhor fora", disse o vice-presidente da Lusa Manuel da Lupa, que também é o candidato da situação à presidência.
Na quinta-feira, após a derrota para o Cruzeiro por 3 a 1 no Canindé, torcedores da Lusa depredaram parte da sede social do clube e agrediram Da Lupa. "Eu tenho sofrido uma campanha agressiva. É coisa da oposição."
A oposição, que deve ter como candidato Joaquim Alves Heleno, nega ter alguma participação nos protestos da torcida.
O presidente da Leões da Fabulosa, principal torcida organizada da Lusa, Alexandre Passos Pereira, diz que os integrantes da facção não participaram da agressão a Da Lupa nem do quebra-quebra na sede. Mas pede mudanças no modelo administrativo do clube.
"A Lusa só tem sido escrachada, envolvida em denúncias de corrupção. E está com o time cada vez pior. Não temos nada contra o Manuel da Lupa, mas contra o modelo que está aí."
Para Candinho, que não poderá contar com o lateral Alexandre Chagas, em recuperação de cirurgia no rosto em razão de um traumatismo crânio-encefálico com afundamento do osso frontal, o fato de jogar fora do Canindé não diminui as chances do time. "Isso não fará diferença", disse.


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