São Paulo, quarta-feira, 18 de novembro de 2009

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Quem escolhe os adversários é a CBF, diz Dunga

Técnico fala não se importar com qualidade de oponentes nos setes de meses de preparação até o Mundial na África

Seleção encerra temporada com vitória de 2 a 0 sobre a inexpressiva equipe de Omã em Mascate e deve repetir em 2010 modelo de amistosos

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
O técnico Dunga, que elogiou a seleção
de Omã, em Mascate


PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A MASCATE

Não será nenhuma surpresa se a seleção brasileira voltar a fazer amistosos tão insossos como o de ontem, contra Omã.
Depois da vitória por 2 a 0, em ritmo de câmera lenta, que fechou a temporada 2009 do time com 14 triunfos em 17 jogos, Dunga disse que não se importa contra quem seu time joga.
"Eu não escolho adversário. Quem faz isso é o presidente Ricardo Teixeira", falou o treinador, dando ao cartola da CBF a responsabilidade sobre qual adversário seu time deve enfrentar em jogos preparatórios.
De acordo com Dunga, o único amistoso que sua equipe vai fazer antes da convocação para a Copa, em março de 2010, não deve levar em conta o estilo dos três adversários brasileiros na primeira fase -o sorteio dos grupos para o Mundial acontece no próximo dia 4.
"Tudo depende do presidente", repetiu o treinador, que também ensaiou um discurso de não se importar com os primeiros rivais na Copa sul-africana, para depois dizer que alguém sem "muita tradição" no início seria melhor.
Para agradar aos anfitriões, Dunga elogiou o tratamento recebido e afirmou esperar que a seleção brasileira volte mais vezes para Mascate.
Se isso acontecer, o Brasil tem grandes chances de repetir o que aconteceu ontem.
O jogo contra Omã, apenas a 79ª colocada no ranking da Fifa, confirmou o que já se sabe há algum tempo sobre os preferidos de Dunga e não serviu como teste real para os novatos chamados pelo treinador.
No primeiro grupo, Júlio César evitou que Omã marcasse em pelos menos três chances claras. Nilmar novamente brilhou. Kaká e Luis Fabiano mantiveram o jejum de gols (são agora nove jogos para o primeiro e três para o segundo atleta), sendo que o atacante do Sevilla mostrou irritação incomum.
Luis Fabiano foi o único a se recusar a falar com a imprensa após a partida e não parou de reclamar do juiz durante todo o jogo. Já Kaká falou e também defendeu testes desse nível.
"Jogos como esse vão servir para quando a gente enfrentar rivais que ficam recuados na Copa do Mundo."
Entre os novatos no grupo de Dunga, ninguém se destacou -decepção maior ficou com o atacante Hulk, que na única oportunidade que teve chance de marcar nos 45 minutos que ficou em campo, errou.
Ao contrário do que havia falado depois do jogo contra a Inglaterra, no último sábado, no Qatar, Dunga não poupou titulares e repetiu a escalação contra a seleção de Omã.
Logo aos 4min, Luis Fabiano recebeu livre, mas chutou em cima do goleiro. Sorte do Brasil que o rebote caiu nos pés de Nilmar, que abriu o placar -foi o sexto gol do atacante nos últimos cinco jogos da seleção.
Uma goleada parecia no horizonte, mas o Brasil só conseguiu ampliar no segundo tempo, e ainda com um gol contra. Aos 16min, Michel Bastos cruzou de forma despretensiosa para a área, mas Al Ghailani se apavorou e cabeceou para as próprias redes.
O jogo, que já não era dos melhores, caiu de nível ainda mais quando os treinadores começaram a enxurrada de substituições -foram 11 ao todo.


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