São Paulo, quinta-feira, 18 de novembro de 2010

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Sem fantasia

Ronaldinho tenta, mas não brilha em seu retorno à seleção, Robinho e Neymar somem , e Messi se consagra com gol nos acréscimos

Brasil 0

Argentina 1
Messi, aos 46min do 2º tempo

Karim Jaafar/France Presse
Neymar é derrubado pelo argentino Pareja no clássico sul-americano

MARTÍN FERNANDEZ
ENVIADO ESPECIAL A DOHA

Messi acabou com tudo. Acabou com a invencibilidade do Brasil diante da Argentina, que durava cinco anos e meio. Acabou com a série de jogos sem tomar gol da seleção brasileira sob o comando do técnico Mano Menezes.
E acabou, sobretudo, com a própria incapacidade de vencer o maior rival dos argentinos. E de marcar gol na equipe verde-amarela.
Sob o comando de Mano, o time nacional havia vencido os três jogos anteriores (contra Estados Unidos, Irã e Ucrânia) sem sofrer gols.
Até encontrar o melhor jogador do mundo pela frente.
"Tínhamos uma bola dominada, perdemos e deixamos cair no pé de quem não pode", conformou-se Mano.
Contando apenas confrontos entre as seleções principais de cada país, a Argentina não vencia o Brasil havia quatro partidas. Foram três derrotas e um empate, todas com Messi como titular.
Até o gol do atacante acontecer, o jogo no Khalifa Stadium, em Doha, era equilibrado, aberto, com chances para as duas equipes.
A Argentina começou o jogo com a proposta bem ofensiva de Sergio Batista, com Di María e Messi bem abertos, e Higuaín no centro do ataque.
Mas quem tomou a iniciativa e teve mais oportunidades até a metade do primeiro tempo foi o time de Mano.
Daniel Alves, aos 18min, acertou o travessão após tabelar com David Luiz.
Neymar sofreu com a marcação dura dos argentinos -caiu pelo menos cinco vezes no primeiro tempo. E Robinho produziu pouco.
Mas Ronaldinho apagou -ou ao menos fez esforço para apagar-, a imagem de jogador apático e desinteressado que tantas vezes exibiu com a camisa da seleção.
Roubou uma bola no primeiro minuto, atuou bem pelo meio, como queria Mano, e até tentou um gol de calcanhar -sem enfeitar, era a única jogada possível ali.
Cobrou faltas com perigo e sempre buscou jogar com Neymar e Robinho.
O Brasil jogou melhor enquanto Messi ficou isolado na direita. Quando o craque do Barcelona resolveu jogar pelo meio, a previsão de Daniel Alves se constatou.
"É preciso mais de um para marcar o Messi", havia declarado na véspera o lateral da seleção brasileira, companheiro de clube do astro.
Messi só não decidiu o jogo antes porque lhe faltam, na equipe argentina, companheiros à sua altura.
Messi desarma, corre, dribla um, livra-se de outro, encontra espaços onde não há, entrega bolas perfeitas aos companheiros e recebe de volta pedidos de desculpa.
No primeiro tempo, quase acertou o ângulo do goleiro Victor em um chute de fora da área. Na segunda etapa, um chute de Pastore acertou o braço de Thiago Silva.
Quando decidiu fazer tudo sozinho, Messi ganhou o jogo. Aproveitou falha de Douglas no meio de campo, ultrapassou Lucas e David Luiz e chutou cruzado para marcar.


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