São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 2000 |
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FUTEBOL Alteração de empresa teria sido feita um dia após aporte de R$ 44,6 mi Palmeiras afirma que já virou sociedade anônima FERNANDO MELLO DA REPORTAGEM LOCAL A Palmeiras Futebol, criada em dezembro de 1999 como empresa de capital fechado, já se transformou em sociedade anônima. Pelo menos foi o que afirmou o presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras, Mustafá Contursi, em nota oficial divulgada ontem. Essa foi a primeira manifestação de um dirigente palmeirense após a revelação, feita pela Folha na última sexta-feira, da privatização do clube paulista. A Palmeiras Futebol, que tem capital de quase R$ 45 milhões, tem como sócio majoritário o próprio clube, com mais de 99,9% das cotas da empresa. O presidente Mustafá Contursi e quatro vice-presidentes -Affonso Della Monica Netto, Luiz Augusto de Mello Belluzzo, José Cyrillo Júnior e Luiz Carlos Pagnota- têm representação de R$ 5 (R$ 1 cada um). De acordo com a nota assinada por Contursi, a transformação da Palmeiras Futebol em sociedade anônima se deu em 27 de setembro de 2000, um dia, portanto, após a incursão de recursos no valor total de R$ 44.692.023 na empresa de capital fechado, aberta com patrimônio de R$ 10 mil. "A ata (de transformação) está arquivada perante a Junta Comercial do Estado de São Paulo e, portanto, disponível ao acesso de qualquer interessado. (...) Assim, a Palmeiras Futebol S.A., como qualquer sociedade anônima, publicará anualmente suas demonstrações financeiras, mantendo absoluta transparência acerca de suas operações", escreveu o presidente palmeirense. Conforme antecipou a Folha ontem, a Palmeiras Futebol será alvo de investigações da CPI instalada no Senado para apurar irregularidades no esporte. A empresa vai ter seus sigilos bancário e fiscal quebrados após o fim do recesso parlamentar, marcado para fevereiro de 2001. Os cinco sócios da Palmeiras Futebol também devem ser ouvidos em Brasília, segundo o presidente da CPI, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). A CPI do Futebol, que está fechando o cerco contra os clubes, já quebrou sigilos de 16 -entre eles, o Palmeiras- e de dirigentes, inclusive Contursi. O presidente palmeirense, que ficou bastante irritado com o fato de a privatização do clube ter se tornada pública e que negou que ela tenha sido feita de forma sigilosa, disse que não feriu nenhuma lei ao abrir a empresa. "A Sociedade Esportiva Palmeiras, ao constituir a Palmeiras Futebol S.A., nada mais fez que se valer -pioneiramente, é verdade- de uma prerrogativa legal." Contursi rebateu as afirmações de Álvaro Dias de que a empresa foi aberta para "driblar o Fisco". "O investimento da Sociedade Esportiva Palmeiras na Palmeiras Futebol S.A. encontra-se devidamente contabilizado nas demonstrações financeiras da entidade, em estrita consonância com a legislação aplicável." Segundo o dirigente, a inclusão dos integrantes da cúpula da diretoria do clube na empresa tem como "único propósito a manutenção de mais de um sócio no quadro societário". "Outrossim, é de se mencionar que a participação das pessoas físicas na Palmeiras Futebol S.A. corresponde a 0,00000002% de seu capital social, não havendo razões para se insinuar eventual interesse econômico dos dirigentes", escreveu Contursi. De acordo com o presidente palmeirense, se a diretoria do clube for alterada, os sócios deixarão de ser acionistas da empresa. O dirigente disse, por meio do assessor de comunicação do Clube dos 13, Eduardo Negrão, que só voltará a dar declarações sobre o assunto na próxima quarta-feira, dia em que será inaugurada a nova sala de imprensa no centro de treinamento do clube. Texto Anterior: O povo castiga a bagunça dos cartolas Próximo Texto: Após a Mercosul, diretoria anunciará reforços Índice |
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