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MEMÓRIA
"Globalização" da bola teve início com brasileiro
DA REPORTAGEM LOCAL
Os interesses políticos e econômicos dos dirigentes da Fifa
foram o principal fator para a
"globalização" do futebol, que
atingiu seu ápice com a decisão, tomada ontem em Madri,
de redistribuir as vagas dos
continentes na Copa.
Quem fomentou o processo
foi o brasileiro João Havelange,
que viu subir de 142 para 198 o
número de países filiados à entidade no período em que presidiu a Fifa. Sua marca foi se
aproximar dos países fora do
eixo Europa-América do Sul.
Essa expansão lhe rendeu importantes aliados continentais,
decisivos na hora de fazer seu
sucessor, Joseph Blatter. Ou seja: a participação, no Mundial,
de países de continentes que
nunca levantaram a taça cresceu à medida em que a base
eleitoral de Havelange e Blatter
aumentou nesses lugares.
O movimento teve também
uma faceta econômica importante. Com ele, a Fifa permitiu a
abertura de novos mercados
para o futebol. O aumento das
vagas asiáticas, por exemplo, é
um movimento que caminha
na direção aberta pela entidade
ao escolher Coréia do Sul e Japão para abrigar o último
Mundial. A Ásia é hoje responsável por grande parte dos patrocinadores do torneio.
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