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Sem carro até fevereiro, Di Grassi e equipe apostam em simulador
Tony Fernandes, da Lotus, não acredita em avanços sem o túnel de vento
DA REPORTAGEM LOCAL
Um moderno simulador é a
principal arma da novata equipe de F-1 Virgin até fevereiro,
mês em que estarão liberados
os testes com os carros na pista.
"Temos um simulador muito
bom, que me possibilita testar
em todas as pistas, inclusive as
que não conheço. Não é um videogame com um cockpit. Dá
para fazer a simulação do "set
up" [configuração] do carro, do
mapa aerodinâmico... Tem uns
seis ou sete engenheiros em
volta", afirmou Lucas di Grassi,
que participou ontem de entrevista coletiva em São Paulo.
O brasileiro foi apresentado
nesta semana como um dos pilotos da equipe, ao lado do alemão Timo Glock, ex-Toyota.
Uma das estreantes para a
temporada de 2010, ao lado de
USF1, Campos e Lotus (que retorna à categoria), a Virgin tem
o orçamento mais modesto delas, cerca de US$ 60 milhões.
Sem o túnel de vento, equipe
e pilotos acreditam na eficácia
do simulador. "A Virgin é um
grupo ligado a avanços tecnológicos. Há duas semanas, mostramos a primeira nave espacial em voo comercial na Califórnia, feita também no computador", disse Alex Tai, executivo da equipe presente na entrevista e que elogiou a inteligência de Di Grassi. "Se não fosse piloto, Lucas poderia ser
contratado como engenheiro."
Tai afirmou que o primeiro
objetivo da escuderia é ser a
melhor estreante. Depois, lutar
por vitórias e, daqui a três a cinco anos, pelo campeonato.
A ausência do túnel de vento
começa a causar desconfiança
nos rivais. Tony Fernandes, da
Lotus, não acredita ser possível
fazer avanços com o carro sem
o uso do túnel. "A Virgin está
muito convencida de que é o caminho a seguir. Sou do mundo
da aviação e digo que você não
pode. É preciso ter um túnel de
vento", afirmou Fernandes.
Após seis anos de Renault,
dois como piloto reserva, Di
Grassi, 25, tem na próxima
temporada sua grande oportunidade na categoria: "Estou
empolgado. Vou tentar fazer
desta a chance da minha vida".
Apesar de sonhar com uma
boa temporada de estreia, ele
não crê que possa surgir uma
nova Brawn (equipe que estreou com o título neste ano).
"A Brawn não veio do zero. E o
Ross Brawn é uma pessoa excepcional em tudo o que faz",
disse Di Grassi. Ainda assim, o
brasileiro acha que as novas
mudanças tecnológicas, principalmente com o peso do carro,
podem ajudar os times novatos.
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