São Paulo, sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

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Sem carro até fevereiro, Di Grassi e equipe apostam em simulador

Tony Fernandes, da Lotus, não acredita em avanços sem o túnel de vento

DA REPORTAGEM LOCAL

Um moderno simulador é a principal arma da novata equipe de F-1 Virgin até fevereiro, mês em que estarão liberados os testes com os carros na pista.
"Temos um simulador muito bom, que me possibilita testar em todas as pistas, inclusive as que não conheço. Não é um videogame com um cockpit. Dá para fazer a simulação do "set up" [configuração] do carro, do mapa aerodinâmico... Tem uns seis ou sete engenheiros em volta", afirmou Lucas di Grassi, que participou ontem de entrevista coletiva em São Paulo.
O brasileiro foi apresentado nesta semana como um dos pilotos da equipe, ao lado do alemão Timo Glock, ex-Toyota.
Uma das estreantes para a temporada de 2010, ao lado de USF1, Campos e Lotus (que retorna à categoria), a Virgin tem o orçamento mais modesto delas, cerca de US$ 60 milhões.
Sem o túnel de vento, equipe e pilotos acreditam na eficácia do simulador. "A Virgin é um grupo ligado a avanços tecnológicos. Há duas semanas, mostramos a primeira nave espacial em voo comercial na Califórnia, feita também no computador", disse Alex Tai, executivo da equipe presente na entrevista e que elogiou a inteligência de Di Grassi. "Se não fosse piloto, Lucas poderia ser contratado como engenheiro."
Tai afirmou que o primeiro objetivo da escuderia é ser a melhor estreante. Depois, lutar por vitórias e, daqui a três a cinco anos, pelo campeonato.
A ausência do túnel de vento começa a causar desconfiança nos rivais. Tony Fernandes, da Lotus, não acredita ser possível fazer avanços com o carro sem o uso do túnel. "A Virgin está muito convencida de que é o caminho a seguir. Sou do mundo da aviação e digo que você não pode. É preciso ter um túnel de vento", afirmou Fernandes.
Após seis anos de Renault, dois como piloto reserva, Di Grassi, 25, tem na próxima temporada sua grande oportunidade na categoria: "Estou empolgado. Vou tentar fazer desta a chance da minha vida".
Apesar de sonhar com uma boa temporada de estreia, ele não crê que possa surgir uma nova Brawn (equipe que estreou com o título neste ano). "A Brawn não veio do zero. E o Ross Brawn é uma pessoa excepcional em tudo o que faz", disse Di Grassi. Ainda assim, o brasileiro acha que as novas mudanças tecnológicas, principalmente com o peso do carro, podem ajudar os times novatos.


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