Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pato sonha em jogar com Ronaldo e vazar Rogério
Sensação do futebol mundial, atacante da seleção sub-20 idolatra o "Fenômeno'
Esperança maior na estréia
de hoje no hexagonal final
contra a Argentina, astro
do Inter almeja a seleção
principal ainda neste ano
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Se você gosta de futebol e não
esteve fora do planeta nos últimos dois meses, já ouviu falar
de Alexandre Pato, 17. Se você
não gosta, talvez tenha ouvido
falar da sensação do Inter e da
seleção brasileira sub-20. Em
todo caso, saiba mais dele na
entrevista que se segue.
FOLHA - O que espera do hexagonal final e da Argentina na estréia?
ALEXANDRE PATO - A gente pegou
a Argentina de cara, uma seleção difícil. Mas o outro lado
também sabe que é difícil. Jogaremos de igual para igual. Ganha quem errar menos.
FOLHA - Você se contentaria em
ser vice e ganhar a vaga olímpica?
PATO - Estarei feliz se for campeão. Ninguém ficará feliz em
segundo, terceiro ou quarto.
FOLHA - Joga pela artilharia?
PATO - Meu pensamento é
conseguir vitórias, sempre ajudando com gols. Vai ser bom
para mim e para a equipe.
FOLHA - Como avalia o futebol da
seleção na primeira fase?
PATO - Não jogou como a torcida quer, mas como o professor
Nelson [Rodrigues] quer. Pegamos um campo que não nos
ajudou. Na segunda fase, vamos
encontrar campos melhores.
FOLHA - O Milan parece querer você. Quando acha que irá à Europa?
PATO - Não existiu nenhum telefonema, ninguém falou comigo. Não sei de onde saiu a notícia. Espero ir à Europa quando
o Inter precisar. Quero ganhar
título, fazer gol e alegrar a torcida. Se for para sair agora, que
seja bom para mim e o Inter.
FOLHA - Sua vida mudou muito?
PATO - As pessoas me conhecem, o assédio mudou, mas minha vida continua a mesma.
Moro num lugar normal, faço
as coisas que eu quero.
FOLHA - Seus planos para 2007?
PATO - Primeiro, ser campeão
sul-americano. Depois, Libertadores, Gaúcho, Recopa, os
campeonatos que o Inter jogar.
E quem sabe chegar à seleção.
FOLHA - Já conhece o Dunga...
PATO - Conversei com ele no
Japão e na volta do Japão. A
gente conversou sobre coisas
normais, de amigo.
FOLHA - Pode tentar a medalha de
ouro inédita sob o comando dele...
PATO - Primeiro é classificar,
conseguir a vaga. Disputar a
Olimpíada seria muito importante para mim e meus colegas.
FOLHA - Quem é seu ídolo?
PATO - Ronaldo. Desde Barcelona e Inter. Gostaria de jogar
com ele, mas depende do homem [Dunga]. Quem sabe...
FOLHA - Tem namorada?
PATO - Não. Não saio, fico em
casa. Tem que se cuidar. Porto
Alegre é grande, mas todo mundo fica sabendo das coisas. À
noite, tem que tomar cuidado
com gremistas. É perigoso. Minha vida é treinar de manhã, almoçar no clube, treinar e casa.
Aí, é só videogame e internet.
FOLHA - No videogame, você costuma jogar com que time?
PATO - Quando jogo o Brasileiro, é com o Inter. De fora, com o
Barcelona [o vice mundial].
FOLHA - Lamenta não curtir muito?
PATO - Por um lado, sim. Mas,
se quero ser jogador, tenho que
encarar. É o começo. Ir aos lugares que o pessoal da minha
idade vai é difícil para mim.
FOLHA - Acha que um dia pode ser
o melhor jogador do mundo?
PATO - Trabalho para ajudar os
companheiros e buscar títulos.
Quem sabe possa chegar a isso.
Quero, mas não jogo sozinho.
FOLHA - Como é a família?
PATO - Tenho irmã e irmão.
Meus pais ficam em Pato Branco. Minha mãe é dona-de-casa,
e meu pai, funcionário público,
trabalha para sustentar todos.
FOLHA - Há um outro jogador famoso natural de Pato Branco...
PATO - Sei, é o Rogério Ceni.
Não o conheço, mas falam que
ele é ótima pessoa, amigo. Gostaria muito de um dia conhecê-lo. Quem sabe neste ano. Quero
fazer um gol nele pelo menos.
Texto Anterior: Erro: Lance livre define fiasco do país Próximo Texto: Duas metas: Brasil larga em busca de vagas Índice
|