São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

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Pato sonha em jogar com Ronaldo e vazar Rogério

Sensação do futebol mundial, atacante da seleção sub-20 idolatra o "Fenômeno'

Esperança maior na estréia de hoje no hexagonal final contra a Argentina, astro do Inter almeja a seleção principal ainda neste ano

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Se você gosta de futebol e não esteve fora do planeta nos últimos dois meses, já ouviu falar de Alexandre Pato, 17. Se você não gosta, talvez tenha ouvido falar da sensação do Inter e da seleção brasileira sub-20. Em todo caso, saiba mais dele na entrevista que se segue.

 

FOLHA - O que espera do hexagonal final e da Argentina na estréia?
ALEXANDRE PATO
- A gente pegou a Argentina de cara, uma seleção difícil. Mas o outro lado também sabe que é difícil. Jogaremos de igual para igual. Ganha quem errar menos.

FOLHA - Você se contentaria em ser vice e ganhar a vaga olímpica?
PATO
- Estarei feliz se for campeão. Ninguém ficará feliz em segundo, terceiro ou quarto.

FOLHA - Joga pela artilharia?
PATO
- Meu pensamento é conseguir vitórias, sempre ajudando com gols. Vai ser bom para mim e para a equipe.

FOLHA - Como avalia o futebol da seleção na primeira fase?
PATO
- Não jogou como a torcida quer, mas como o professor Nelson [Rodrigues] quer. Pegamos um campo que não nos ajudou. Na segunda fase, vamos encontrar campos melhores.

FOLHA - O Milan parece querer você. Quando acha que irá à Europa?
PATO
- Não existiu nenhum telefonema, ninguém falou comigo. Não sei de onde saiu a notícia. Espero ir à Europa quando o Inter precisar. Quero ganhar título, fazer gol e alegrar a torcida. Se for para sair agora, que seja bom para mim e o Inter.

FOLHA - Sua vida mudou muito?
PATO
- As pessoas me conhecem, o assédio mudou, mas minha vida continua a mesma. Moro num lugar normal, faço as coisas que eu quero.

FOLHA - Seus planos para 2007?
PATO
- Primeiro, ser campeão sul-americano. Depois, Libertadores, Gaúcho, Recopa, os campeonatos que o Inter jogar. E quem sabe chegar à seleção.

FOLHA - Já conhece o Dunga...
PATO
- Conversei com ele no Japão e na volta do Japão. A gente conversou sobre coisas normais, de amigo.

FOLHA - Pode tentar a medalha de ouro inédita sob o comando dele...
PATO
- Primeiro é classificar, conseguir a vaga. Disputar a Olimpíada seria muito importante para mim e meus colegas.

FOLHA - Quem é seu ídolo?
PATO
- Ronaldo. Desde Barcelona e Inter. Gostaria de jogar com ele, mas depende do homem [Dunga]. Quem sabe...

FOLHA - Tem namorada?
PATO
- Não. Não saio, fico em casa. Tem que se cuidar. Porto Alegre é grande, mas todo mundo fica sabendo das coisas. À noite, tem que tomar cuidado com gremistas. É perigoso. Minha vida é treinar de manhã, almoçar no clube, treinar e casa. Aí, é só videogame e internet.

FOLHA - No videogame, você costuma jogar com que time?
PATO
- Quando jogo o Brasileiro, é com o Inter. De fora, com o Barcelona [o vice mundial].

FOLHA - Lamenta não curtir muito?
PATO
- Por um lado, sim. Mas, se quero ser jogador, tenho que encarar. É o começo. Ir aos lugares que o pessoal da minha idade vai é difícil para mim.

FOLHA - Acha que um dia pode ser o melhor jogador do mundo?
PATO
- Trabalho para ajudar os companheiros e buscar títulos. Quem sabe possa chegar a isso. Quero, mas não jogo sozinho.

FOLHA - Como é a família?
PATO
- Tenho irmã e irmão. Meus pais ficam em Pato Branco. Minha mãe é dona-de-casa, e meu pai, funcionário público, trabalha para sustentar todos.

FOLHA - Há um outro jogador famoso natural de Pato Branco...
PATO
- Sei, é o Rogério Ceni. Não o conheço, mas falam que ele é ótima pessoa, amigo. Gostaria muito de um dia conhecê-lo. Quem sabe neste ano. Quero fazer um gol nele pelo menos.


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