São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

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Platini quer revolução européia

Se vencer pleito da próxima sexta à Uefa, francês baterá de frente com os grandes clubes europeus

Rival de Lennart Johansson na eleição, ex-atleta diz que mudará critérios para a Copa dos Campeões e será drástico contra o racismo

Jacques Brinon/Associated Press
O ex-meia Michel Platini, que é candidato a presidir a Uefa


DA REPORTAGEM LOCAL

Candidato à presidência da Uefa, o ex-craque francês Michel Platini, 51, promete medidas polêmicas em relação ao combate ao racismo e à Copa dos Campeões. Suas posições devem gerar confronto com os grandes clubes europeus.
A eleição na Uefa ocorrerá na próxima sexta. O adversário de Platini será o sueco Lennart Johansson, atual presidente da entidade. Votarão no pleito 52 federações de países europeus.
Em entrevista à agência de notícias Associated Press, Platini deixou claro que vai fazer mudanças estruturais no futebol, caso vença. O primeiro alvo será a Copa dos Campeões, principal interclubes da Uefa.
O francês reclamou de que times de países de menor tradição no futebol estão sendo prejudicados em relação aos poderosos. Assim, pregou a redução do número de equipes das principais ligas nacionais. Ele quer limitar a três times por competição continental -hoje são quatro de campeonatos como o Italiano e o Espanhol.
"Por que não botar seis times da Inglaterra?", ironizou Platini, sobre o excesso de ingleses na última edição da Copa dos Campeões. "Por que a Dinamarca só tem que ter um time?", indagou, agora sério. Segundo ele, o futebol "não deve ser só para ricos". Alega que as regras atuais são injustas.
Platini vai mais longe ao atacar o G14, grupo que reúne os maiores clubes europeus. Ele afirmou que nem reconhece oficialmente a associação, que, segundo ele, não deve ter poder decisório nas competições.
"Não é só porque eles têm dinheiro que deveriam existir", concluiu Platini. Mas o cartola admite discutir a criação de recompensa a ser paga pelas federações nacionais para os clubes, pelo uso de jogadores.
Aliás, o francês pretende atuar como mediador no confronto entre as associações nacionais e os times. Para ele, se não houver acordo, o governo pode interferir -a União Européia já ameaça atuar no setor.
Outro ponto sensível para Platini é o racismo no futebol. Quer combatê-lo com medida drástica. "Minha idéia seria parar o jogo completamente", defendeu o francês. "Não deveria haver meias medidas quando lidamos com racismo."
Ou seja, sua proposta é a de que, após manifestação racista da torcida, o árbitro determine a interrupção da partida.


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