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Platini quer revolução européia
Se vencer pleito da próxima sexta à Uefa, francês baterá de frente com os grandes clubes europeus
Rival de Lennart Johansson na eleição, ex-atleta diz que mudará critérios para a Copa dos Campeões e será drástico contra o racismo
Jacques Brinon/Associated Press
![](../images/s1901200701.jpg) |
O ex-meia Michel Platini, que é candidato a presidir a Uefa |
DA REPORTAGEM LOCAL
Candidato à presidência da
Uefa, o ex-craque francês Michel Platini, 51, promete medidas polêmicas em relação ao
combate ao racismo e à Copa
dos Campeões. Suas posições
devem gerar confronto com os
grandes clubes europeus.
A eleição na Uefa ocorrerá na
próxima sexta. O adversário de
Platini será o sueco Lennart Johansson, atual presidente da
entidade. Votarão no pleito 52
federações de países europeus.
Em entrevista à agência de
notícias Associated Press, Platini deixou claro que vai fazer
mudanças estruturais no futebol, caso vença. O primeiro alvo
será a Copa dos Campeões,
principal interclubes da Uefa.
O francês reclamou de que times de países de menor tradição no futebol estão sendo prejudicados em relação aos poderosos. Assim, pregou a redução
do número de equipes das principais ligas nacionais. Ele quer
limitar a três times por competição continental -hoje são
quatro de campeonatos como o
Italiano e o Espanhol.
"Por que não botar seis times
da Inglaterra?", ironizou Platini, sobre o excesso de ingleses
na última edição da Copa dos
Campeões. "Por que a Dinamarca só tem que ter um time?", indagou, agora sério. Segundo ele, o futebol "não deve
ser só para ricos". Alega que as
regras atuais são injustas.
Platini vai mais longe ao atacar o G14, grupo que reúne os
maiores clubes europeus. Ele
afirmou que nem reconhece
oficialmente a associação, que,
segundo ele, não deve ter poder
decisório nas competições.
"Não é só porque eles têm dinheiro que deveriam existir",
concluiu Platini. Mas o cartola
admite discutir a criação de recompensa a ser paga pelas federações nacionais para os clubes,
pelo uso de jogadores.
Aliás, o francês pretende
atuar como mediador no confronto entre as associações nacionais e os times. Para ele, se
não houver acordo, o governo
pode interferir -a União Européia já ameaça atuar no setor.
Outro ponto sensível para
Platini é o racismo no futebol.
Quer combatê-lo com medida
drástica. "Minha idéia seria parar o jogo completamente", defendeu o francês. "Não deveria
haver meias medidas quando
lidamos com racismo."
Ou seja, sua proposta é a de
que, após manifestação racista
da torcida, o árbitro determine
a interrupção da partida.
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