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BASQUETE
Em busca de redenção, país assedia astros da NBA, que hoje atuam no All-Star Game, para defender seleção até 2008
EUA escalam estrelas para voltar ao topo
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
MELCHIADES FILHO
ENVIADO ESPECIAL A HOUSTON
O fiasco nos últimos torneios internacionais ligou o sinal de alerta. A partir de agora, os EUA querem retomar sua hegemonia e
formar novo "Dream Team".
Para isso, assediam as maiores
estrelas da NBA. Dos 24 atletas
que participam hoje do All-Star
Game, em Houston, só um norte-americano, Rasheed Wallace, não
aparece nos planos da seleção.
Para convencê-los a firmar
acordo de três anos, do Mundial
do Japão, em agosto, aos Jogos de
Pequim-08, a USA Basketball (federação dos EUA) escalou alguém próximo aos atletas, Jerry
Colangelo, presidente do Phoenix. "Minha missão é incentivar
os jogadores ao compromisso.
Precisamos retomar nosso lugar
de líder neste esporte, que foi inventado aqui, e do qual temos orgulho de nossas conquistas", disse à Folha Jerry Colangelo.
Para montar um elenco capaz
de assustar países como Argentina, campeã olímpica, Colangelo
tem aproveitado as viagens do
Phoenix para manter reuniões
com astros de todas as franquias.
Suas principais conquistas foram arregimentar destaques como Kobe Bryant, LeBron James,
Shawn Marion e Allen Iverson.
"Quando me encontrei com o
LeBron, discutimos meia hora antes de confirmar tudo. Ele então
me perguntou o que deveria falar
aos jornalistas. Eu respondi: "Diga
que você vai, porque foi isso o que
decidimos'", contou Colangelo.
Alguns vêem o projeto da seleção nacional como um apêndice
de seu trabalho na NBA. "A liga
estendeu o basquete para o mundo. Possui hoje mais de 80 estrangeiros. O Mundial ou a Olimpíada
são uma extensão desse projeto
multicultural e multiétnico, do
qual tenho prazer em participar",
destacou o astro do LA Lakers.
Entre 35 e 38 atletas passarão
pelo crivo de Colangelo, que pretende encerrar em breve as entrevistas. Segundo a USA Basketball,
a lista final, com 20 jogadores, será divulgada no início de março.
O grupo inicia treinos no dia 18
de julho, em Las Vegas. Doze serão escolhidos para o Mundial-06.
"O problema é que entre o fim
da temporada da NBA e o início
dos nossos treinos há um intervalo de só três a quatro semanas. Os
jogadores que atuarem nas finais
estarão fatigados. Vamos levar isso em conta quando abrirmos exceções", comenta Colangelo.
Convencer jogadores que disputam cerca de cem partidas duríssimas por temporada a abrirem mão de suas férias de verão,
porém, não é tarefa fácil. Alguns
negaram interesse logo de cara.
"Pelo que ouvi dizer, o time está
cheio. E eu também", ironizou o
armador Vince Carter, que pretende passar o verão na Flórida.
Tim Duncan, outro ausente,
quer se recuperar das temporadas
desgastantes na liga. "Achei que
era mais sensato me preservar."
Questionado pela Folha por
que, diante de sua rotina cheia de
compromissos, decidiu participar
do Jogo das Estrelas, brincou:
"Não sou tão sensato assim".
Outro problema é a questão das
grávidas. Shaunie, mulher de Shaquille O'Neal, espera filho para
maio. Já Piper, esposa de Chauncey Billups, terá seu rebento até
agosto. "Teremos que ser flexíveis
com esses casos", diz Colangelo.
Outros agradecem não enfrentar tal problema. "Sou jovem, forte e, obviamente, não estou grávido", diverte-se Shawn Marion.
O jornalista Melchiades Filho viajou a
Houston a convite do portal Globo.com
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