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Pelé e Teixeira ensaiam acerto para Copa-2014
Cartola e ex-jogador viajam juntos e marcam novo encontro para selar acordo
Garoto-propaganda da Timemania diz que governo tem interesse em sua participação na organização do Mundial no Brasil
Rafael Hupsel/Folha Imagem
![](../images/s1902200801.jpg) |
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O ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., Ricardo Teixeira, presidente da CBF, e Pelé desembarcam em São Paulo ontem à noite
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
A bordo de um jatinho, ontem, enquanto viajavam de
Brasília para São Paulo, Pelé e
Ricardo Teixeira combinaram
um encontro na próxima semana para, se tudo der certo, selar
a participação do ex-jogador no
projeto da Copa de 2014.
Os dois estiveram na capital
federal para o lançamento da
Timemania, loteria que terá o
ex-jogador como garoto-propaganda. Encontraram-se com o
presidente Lula nas companhias do ministro Orlando Silva Júnior e do presidente do
Clube dos 13, Fábio Koff.
Pelé, ao lado de Teixeira, demonstrou irritação ao ser indagado pela Folha sobre o assunto no desembarque, no início
da noite. Só na terceira tentativa feita pela reportagem ele falou a respeito da negociação,
mas de maneira superficial.
"Não falamos nada sobre Copa hoje. Como o Lula tem interesse nisso, eu e o Ricardo vamos nos reunir depois que eu
voltar de uma viagem, na próxima semana", disse Pelé.
Segundo pessoa ligada a Teixeira, os dois avançariam nas
conversas durante o vôo, porém desistiram por causa da
presença de outros passageiros. Silva Jr. também estava lá.
Em São Paulo, cada um tomou caminho diferente. A viagem, porém, sinaliza que, após
idas e vindas, Pelé e Teixeira
estão num momento de paz.
O ex-atleta puxou o dirigente
para abraçá-lo ao posar para fotos. E disparou: "Não vá dizer
que é montagem, heim".
O cartola da CBF já definiu o
que quer de Pelé na Copa. E explicou seus planos para Joseph
Blatter, presidente da Fifa e favorável à participação de ex-atletas em eventos da entidade.
Se superar os conflitos de interesses e fechar com a CBF,
Pelé não deverá ter poder para
tomar decisões sobre o Mundial. Participará mais com a sua
imagem, o que é um fator complicador por causa das exigências de seus patrocinadores.
O cartola quer criar o comitê
organizador até o início de
março. Ele será o presidente.
Desde que Teixeira assumiu
a presidência da CBF, em 1989,
ele e Pelé tiveram altos e baixos
em seu relacionamento.
O ex-jogador apoiou o então
genro de João Havelange na
eleição que o conduziu ao cargo. Ficaram unidos até 1993,
quando Pelé acusou a administração da CBF de corrupção.
Após uma reaproximação,
por causa da Copa, o relacionamento esfriou. E o tricampeão
do mundo não foi ao anúncio
do Brasil como sede do Mundial de 2014. Na oportunidade,
a assessoria de Pelé disse que
ele cumpria compromisso numa feira na Alemanha, no dia
da solenidade em Zurique.
Porém a Folha revelou que o
evento, em Colônia, começou
somente um dia depois.
A proximidade de Teixeira
com Hélio Vianna, ex-sócio de
Pelé, com quem travou batalha
judicial, também afastou os
dois. Viana e o ex-jogador acabaram selando um acordo.
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