São Paulo, Sexta-feira, 19 de Fevereiro de 1999
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FUTEBOL
Reunião de dirigentes na FPF "pune" time por causa de duplo W.O. e conclui que regulamento do torneio é ruim
Descansado, Vasco segue no Rio-SP

Paulo Giandália/Folha Imagem
O presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah, e o do Rio, Eduardo Viana, em reunião do Torneio Rio-São Paulo


ALEXANDRE GIMENEZ
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
da Reportagem Local

Dirigentes do futebol paulista e carioca, reunidos ontem em São Paulo, decidiram dar vitória ao Fluminense na partida em que o time jogaria anteontem contra o Vasco, pelo Torneio Rio-São Paulo, e para a qual as duas equipes se dirigiram a estádios diferentes.
Com isso, além de não ter sido punido com a expulsão do torneio, o Vasco terá a vantagem de, descansado, pegar o São Paulo, no domingo, no Maracanã, pelas semifinais da competição.
Enquanto os cariocas evitaram o desgaste durante a semana, os paulistas enfrentariam ontem à noite o CSA, pela Copa do Brasil, em Maceió. A delegação do São Paulo tinha a viagem de volta marcada para logo depois da partida.
O impasse anteontem surgiu porque o Vasco, apoiado pela Federação do Estado do Rio, insistia em jogar em São Januário e o Fluminense, respaldado pelo regulamento do Rio-São Paulo, que marcava os clássicos cariocas para o Maracanã, dirigiu-se para este.
Dizendo-se indignado com a atitude do Vasco, Eduardo José Farah, presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), ameaçou encerrar o torneio se o time de Eurico Miranda não perdesse os três pontos da partida e não se comprometesse a respeitar o regulamento.
""Nos reunimos para mostrar que o futebol é uma coisa séria. Inclusive eu aconselho os torcedores que foram ao Maracanã e a São Januário a reclamarem seus direitos no Procon", disse Farah.
Em votação na sede da FPF, da qual participaram os oito times que iniciaram a disputa do Rio-São Paulo, todos, exceto o Vasco, votaram pela derrota da equipe por W.O. para o Fluminense. A decisão, pelo menos aparentemente, agradou aos dirigentes da federação do Rio e do próprio Vasco.
""Foi uma punição inócua, porque não muda nada. O Vasco já estava classificado e continua classificado", disse Eduardo Viana, presidente da Federação do Estado do Rio, que assumiu a responsabilidade de ter mudado o mando de jogo do Maracanã para São Januário.
""Não assumo que errei, mas fui eu quem marcou para São Januário. O Fluminense tem débitos com a federação e poderia ter concordado e facilitado as coisas."
Para Antônio Soares Calçada, presidente do Vasco, o importante é que o time continua no torneio.
""O resto é balela", disse Calçada. ""Eu sempre soube que eles não teriam peito de parar o Rio-São Paulo, como não teriam peito de tirar o Vasco. Não estava certo?"
Os clubes paulistas, apoiados por Flamengo e Botafogo, argumentavam que, pelo regulamento, não havia nada a fazer. ""O W.O. não estava citado no regulamento, que tem muitas brechas. Era uma situação que não foi prevista, e agora não tem como aplicar uma punição", disse Alberto Dualib, presidente do Corinthians.
Para José Paulo Fernandes, vice-presidente de futebol do Santos, o regulamento precisa ser reformulado para as próximas edições.
""O regulamento precisa ser repensado. Não podíamos eliminar o Vasco do campeonato porque isso não estava previsto."


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