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AUTOMOBILISMO
Arranjo da McLaren na Austrália provoca reação da entidade, preocupada com a imagem da categoria
FIA promete punir camaradagem na F-1
da Reportagem Local
O Conselho Mundial da FIA, a
entidade que controla o automobilismo no planeta, decidiu ontem
em Paris não mais tolerar arranjos
como o protagonizado pela McLaren no último GP da Austrália.
Em 8 de março passado, David
Coulthard, que liderava a corrida,
deixou seu companheiro Mika
Hakkinen passar nas voltas finais.
O piloto escocês justificou seu
ato afirmando que havia selado
um acordo com o finlandês antes
da corrida -quem estivesse à
frente na primeira curva após a
largada não seria ultrapassado.
No decorrer da prova, Hakkinen, líder desde a pole, acabou
perdendo a posição devido a um
erro de comunicação com os boxes. Informado do fato pela equipe, Coulthard resolveu trocar de
posições com o companheiro para
respeitar o acordo estabelecido.
A partir de agora, no entanto, os
comissários estão orientados a punir com severidade qualquer manobra que possa denegrir a lisura
da competição. Segundo a FIA,
atos dessa espécie devem passar a
ser interpretados de acordo com o
artigo 151, item c, do Código Esportivo Internacional, o compêndio de regras do automobilismo.
Esse artigo, que trata das infrações ao regulamento, classifica como tal "qualquer conduta fraudulenta ou ato prejudicial aos interesses de uma competição ou aos
do esporte a motor em geral".
Um dia após a realização do GP
em Melbourne, os organizadores
da corrida solicitaram à FIA uma
sanção contra a McLaren.
Até mesmo as tradicionais casas
de apostas londrinas expressaram
preocupação com o ato de Coulthard -algumas até passaram a
aceitar apostas nos times.
A FIA, porém, recusou-se a punir a McLaren, prometendo colocar o assunto em discussão na reunião de ontem, que acabou por
optar pelo endurecimento.
A decisão do Conselho Mundial,
assim, demonstra que a entidade
não aprovou o cavalheirismo de
Coulthard. Mas mediu as consequências de uma punição à equipe
inglesa, que aumentaria ainda
mais a polêmica sobre o episódio.
E as declarações de Ron Dennis,
chefe da equipe, de que o acordo
seria mantido por seus pilotos no
GP Brasil, dia 29, parece ter determinado o tom da advertência.
Indagado, um assessor da McLaren limitou-se a afirmar que o time esperava maior detalhamento
da determinação -não se sabe,
por exemplo, qual seria a pena.
A polêmica sobre arranjos entre
companheiros de time está em alta
desde o final do ano passado.
No GP do Japão, Eddie Irvine cedeu a liderança a Michael Schumacher e segurou Jacques Villeneuve.
No GP da Europa, em Jerez, foi a
vez do canadense premiar a McLaren com a vitória.
(JHM)
Com agências internacionais
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