|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
O PERSONAGEM 2
Paulo Nunes
passou fome
da Reportagem Local
"É bom que saia alguma
coisa. O pessoal em Pontalina diz que eu não falo nada da cidade."
A frase é do atacante Paulo Nunes, que ilumina o
rosto para responder sobre
o município onde nasceu,
há 26 anos.
Como o rival França, ele
veio de uma cidade perdida
nos confins do país.
Localizada no sul de
Goiás, a 120 km de Goiânia,
Pontalina tem cerca de 20
mil habitantes, entre os
quais os pais e familiares do
jogador.
Adolescente, foi para o
Rio, onde iniciou carreira
profissional no Flamengo.
Com um salário mensal
de aproximadamente R$ 90
mil, o atacante conta que
passou fome na infância.
Co-artilheiro do Paulista,
Paulo Nunes considera o
São Paulo favorito hoje,
mas diz que o Palmeiras está com "mais garra".
(FV)
Folha - Como foi seu início
de carreira em Pontalina?
Paulo Nunes - Eu tinha
de 12 para 13 anos e jogava
em um time de várzea, o
Real Esporte Clube. Pagava
R$ 1,00 para entrar num caminhão que nos levava para
jogar em municípios a 40
km de distância.
Folha - A caçamba era a
única dificuldade?
Paulo Nunes - Não, eu às
vezes não tinha o que comer, cheguei a passar fome.
Não tinha nem um tênis para jogar bola.
Folha - Você acha que, de
certa maneira, esses obstáculos podem ter sido estímulos para sua carreira?
Paulo Nunes - Quando
você não tem nada, tem que
arriscar tudo. Larguei o colégio pelo futebol. O cara
que vem de fora tem mais
vontade de vencer; ele é
obrigado a isso.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|