JOSÉ ALBERTO BOMBIG
RICARDO PERRONE

ENVIADOS ESPECIAIS A RIBEIRÃO PRETO
No início do ano, Lori Sandri encerrou um período de sete meses de desemprego graças a uma proposta para assumir o Botafogo. A missão era evitar o rebaixamento para a Série A-2 do Paulista. Quatro meses depois, finalista do principal torneio estadual do país, o técnico teme desperdiçar a sua segunda chance de entrar para a elite do futebol brasileiro.
A primeira, aconteceu em 1998, quando ele venceu o Campeonato Gaúcho com o Juventude, numa façanha semelhante à que tenta repetir agora com uma equipe do interior de São Paulo.
"Naquela época poderia ter ido para um clube maior, mas não vou mexer nessa ferida. O importante é que agora as portas do mercado brasileiro estão se abrindo de novo para mim", afirmou o treinador do Botafogo.
Depois de vencer com o Juventude, Sandri percorreu uma trajetória sem se firmar em nenhum clube. Primeiro, foi treinar o Al Ilal, da Arábia Saudita, mas se desentendeu com os dirigentes e abandonou o time, classificado para as semifinais do campeonato nacional. "Não deram as passagens para os meus filhos passarem o Natal comigo, descumprindo o contrato. Por isso não fui trabalhar num jogo no dia 23 de dezembro", disse Sandri.
No retorno ao Brasil, ele assinou contrato com o Coritiba, em janeiro do ano passado, mas o emprego durou três meses.
Agora, enquanto prepara o Botafogo para a decisão contra o Corinthians, o treinador toma medidas para não deixar escapar novamente a oportunidade de se transferir para um time grande.
Ele decidiu contratar uma assessoria de imprensa e cuidar mais de seu marketing pessoal. "Os outros técnicos fazem esse tipo de trabalho para aparecer sempre na mídia. No meu caso, só agora comecei a ser convidado para participar de programas de televisão", afirmou o técnico.
Em meio aos preparativos para a final, ele tem recebido telefonemas de empresários e dirigentes interessados em sua contratação. O Internacional-RS é um dos que estudam contratá-lo.
"Converso com todos que me ligam, mas digo a eles que só vou decidir alguma coisa depois do final do campeonato."
Ao mesmo tempo, ele negocia a sua permanência no Botafogo. Seu contrato termina após a decisão do Estadual.
Se continuar em Ribeirão, Sandri espera ter melhores condições para preparar a equipe.
Segundo o treinador, o clube só teve condições de contratá-lo depois de vender o lateral Cicinho para o Atlético-MG, duas semanas antes do início do Paulista.
O presidente do Botafogo, Ricardo Cristiano Ribeiro, afirmou que não o contratou antes por não ter dinheiro para bancar os salários dos jogadores durante a fase de preparação.
Se Sandri permanecer em Ribeirão, sua prioridade será evitar a saída dos principais jogadores.


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