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Dida, Antônio Carlos, Serginho e Rivaldo são problemas para treinador
Era Scolari vive pane logo no primeiro dia
Suspensão, contusão, problemas pessoais e desavenças com clube tumultuam a estréia e inviabilizam a estratégia do técnico da seleção para o jogo contra o Uruguai
SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS
FERNANDO MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DO PAINEL FC
Em seu primeiro dia de trabalho
à frente da seleção brasileira, o
técnico Luiz Felipe Scolari viu ruir
seu plano e o da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) de uma
preparação impecável para o jogo
contra o Uruguai, no próximo dia
1º, em Montevidéu, pelas eliminatórias da Copa do Mundo.
O lateral-esquerdo Serginho, do
Milan (ITA), pediu dispensa, alegando problemas pessoais. O goleiro Dida, também do Milan, deve ser suspenso pela Fifa por ter
atuado com passaporte falso. Antônio Carlos, zagueiro da Roma
(ITA), se machucou anteontem.
Por fim, o meia-atacante Rivaldo só deve ser liberado pelo Barcelona (ESP) cinco dias antes da
partida de Montevidéu, o que
contraria promessa da CBF.
Além dos problemas com os
"estrangeiros", Scolari também
será obrigado a liberar por três
dias os convocados de clubes que
disputam a partir de sábado a Copa dos Campeões, no Nordeste.
O Cruzeiro quer contar com o
zagueiro Cris, assim como o São
Paulo espera ter o lateral Belletti, e
o Corinthians não abre mão do
atacante Ewerthon.
Para complicar ainda mais, o
zagueiro Lúcio, do Bayer Leverkusen (ALE), também sente dores
em um dos pés e é dúvida.
A apresentação dos "estrangeiros" está marcada para amanhã,
na Granja Comary, em Teresópolis, região serrana do Rio, onde
Scolari e os demais jogadores estão desde ontem pela manhã.
Apesar dos problemas, Antônio
Carlos, Lúcio e Dida são aguardados amanhã pelo treinador. Os
dois primeiros serão submetidos
a exames médicos.
"Eu imaginava fazer um determinado trabalho, mas vou ter que
mudar. Terei que realizar treinos
diferentes do que imaginava",
disse Scolari ontem.
O técnico, no entanto, manteve
o discurso confiante que adota
desde que assumiu o cargo, terça-feira passada. "A gente vai superar isso. Vamos chegar lá."
Na comissão técnica da seleção,
Dida já está praticamente descartado. O goleiro teve sua suspensão
de dois anos pedida por um fiscal
da Federação Italiana que investigou o passaporte do brasileiro.
Dida, segundo a investigação,
está na Itália com um documento
falsificado, que o permite atuar
como jogador comunitário.
Se a Comissão Disciplinar da federação decidir, a partir de hoje,
pela suspensão, a Fifa, entidade
máxima do futebol, deve estendê-la para todos os continentes, o
que impossibilitaria Dida de atuar
contra o Uruguai.
Para o lugar dele deve ser chamado o goleiro Júlio César, do
Flamengo, que se destacou no Estadual do Rio de Janeiro.
A vaga de Serginho na seleção
de Scolari deve ser preenchida por
Júnior, do Parma (ITA), que se recupera de contusão no joelho, ou
por Felipe, do Palmeiras.
A situação de Rivaldo coloca
por terra a promessa feita pelo
presidente da CBF, Ricardo Teixeira, de que os "estrangeiros" estariam no Brasil pelo menos dez
dias antes do jogo contra o Uruguai. A seleção está na quarta posição das eliminatórias. Os quatro
melhores se classificam. O quinto
disputará repescagem contra o
campeão da Oceania.
Segundo a CBF, a diretoria do
Barcelona descumpriu acordo
acertado com Teixeira.
Pelas regras da Fifa, os clubes só
são obrigados a liberar os jogadores cinco dias antes dos jogos válidos pelas eliminatórias.
Sobre os jogadores "brasileiros"
da seleção, Scolari declarou ontem que deve liberá-los para jogar a primeira rodada da Copa
dos Campeões, no sábado.
Em seguida, eles seriam reintegrados em Teresópolis aos demais jogadores convocados para
o duelo contra o Uruguai.
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