São Paulo, terça-feira, 19 de junho de 2001 |
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FUTEBOL Brasileiros da Roma, em alta, dão detalhes da conquista do scudetto Título do Italiano empolga os novos "Reis de Roma"
RODRIGO BUENO ENVIADO ESPECIAL A ROMA Aldair, Antônio Carlos, Cafu, Emerson e Marcos Assunção, os cinco atletas brasileiros da Roma, ainda comemoram o título italiano, conquistado anteontem. As celebrações na capital italiana pelo terceiro scudetto da Roma serão intensas até o próximo fim de semana. Os jogadores falaram à Folha da campanha histórica. Folha - O que mais contribuiu para o sucesso da Roma? Antônio Carlos - O time foi sempre o primeiro na tabela. Cafu - O time já tinha uma base
feita. Alguns jogadores, como o
Emerson e o Batistuta, chegaram
para colaborar. Deu certo. Emerson - Para vencer é preciso
um time de estrelas, com jogadores experientes e famosos, mas é
importante saber que você tem
que correr igual aos outros. Marcos Assunção - Foi importante a união. Quando um jogador
não está bem, os outros procuram
correr por esse jogador. Quando
isso ocorre, o time só pode vencer. Folha - Até que ponto o fato de a
Roma ser o time com mais brasileiros na Itália pesou no título? Antônio Carlos - Não só os cinco
brasileiros foram importantes,
mas também os três argentinos. Cafu - Somos cinco brasileiros,
iguais e unidos. Sempre que a
gente pode está junto. Emerson - O fato de ter cinco
brasileiros no time, todos com nível de seleção, ajuda muito. Eles
confiam no nosso trabalho. Marcos Assunção - Quando eu
cheguei, já havia quatro brasileiros. Eles me ajudaram bastante.
Foram fundamentais para a minha adaptação na Itália. Folha - O que representa ser campeão italiano por um time que não
ganhava o título desde 1983? Antônio Carlos - Fui campeão no
Palmeiras quando o time não ganhava títulos havia 16 anos. Aqui
a festa vai ser dobrada, triplicada.
O fanatismo é grande. Cafu - Só uma pessoa que vive
aqui sabe a importância do título.
Quando cheguei, falaram que é
mais importante ser campeão italiano do que campeão mundial. Emerson - Com o título da Roma, acho que a cidade vai fazer
festa por cinco meses. Isso dá
mais vontade de vencer. Marcos Assunção - Você fala com
as pessoas e sente que é loucura.
Somos tratados como reis. Folha - Como vê o esquema tático
3-4-1-2, adotado por Fabio Capello
e que já virou moda na Itália? Antônio Carlos - Tive um problema com o treinador em 2000, mas
voltei no começo do campeonato.
Para mim, o 3-4-3 e o 3-5-2 são esquemas mais completos. Cafu - O esquema é importante
na medida em que você tem jogadores capazes de colocar em prática aquilo que o treinador quer. Emerson - É importante a forma
que joga a equipe. Atuamos com
três zagueiros, e os brasileiros se
adaptaram bem ao esquema. Marcos Assunção - Os jogadores
foram trabalhando, respeitando
as decisões do treinador. Folha - Qual foi o jogo mais difícil
da temporada na sua opinião? Antônio Carlos - Juventus. Cafu - O segundo jogo com a Juventus. Com cinco minutos, perdíamos de 2 a 0 no campo deles.
Se não tivéssemos caráter, não teríamos empatado em 2 a 2. Emerson - Contra o Lecce no segundo turno. Ganhamos de 1 a 0. Marcos Assunção - O Italiano é
muito duro, mas contra Lazio e
Juventus, no segundo turno, tivemos os jogos mais difíceis. Folha - Qual foi a sua melhor jogada na temporada? Antônio Carlos - Contra o Lecce,
vencíamos por 1 a 0 e, no final do
jogo, eles deram um contra-ataque. Estava só atrás e consegui fazer um desarme importante. Cafu - Tive a oportunidade de
dar três chapéus no Nedved, da
Lazio. No quarto, sofri a falta. É
uma jogada que vai ficar na memória. Aqui todo mundo vê. Emerson - Uma coisa que eu vou
recordar foi meu primeiro gol. Na
primeira partida como titular,
contra o Bologna, eu marquei. Marcos Assunção - Na partida
contra a Inter, fiz um gol, bati
uma falta na trave e, no rebote,
Montella fez outro gol. |
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