|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OITAVAS/ ONTEM
Técnico mexe para manter placar, e time perde controle do jogo
Itália se retrai e é castigada com virada e eliminação
DO ENVIADO A DAEJEON
O pragmatismo tático, que antes culminava em bons resultados, dessa vez castigou a Itália.
Com a vantagem de só um gol, o
técnico Giovanni Trapattoni deixou a ousadia, para os padrões de
seu país, de começar com três
atletas ofensivos e preferiu se defender melhor, o que o levou a ver
a Coréia do Sul virar um jogo que
parecia sob controle.
Disposto a buscar a vitória para
evitar o fantasma dos pênaltis -a
Itália havia sido eliminada assim
nos três Mundiais anteriores-, o
treinador, pela primeira vez nesta
Copa, iniciou uma partida com
Totti, Del Piero e Vieri juntos.
O plano só não fez água no início graças ao goleiro Buffon, que
defendeu um pênalti, batido com
pouca força por Ahn Jung-hwan.
Esse lance abalou a confiança
sul-coreana. Com Del Piero recuado para armar e servir Vieri, a
Itália passou a dominar. Os europeus abriram o placar aos 18min,
após Totti cobrar escanteio e Vieri
cabecear forte na pequena área.
Foi o quarto gol dele no torneio.
A partir desse momento, a partida ficou violenta, com desleais
cotoveladas dos dois lados, sem
que o juiz, o equatoriano Byron
Moreno, expulsasse alguém.
Na volta do intervalo, o panorama pouco mudou. A Coréia ficava
com a bola na maioria do tempo,
mas não achava espaço para finalizar e ainda era ameaçada pelos
rápidos contra-ataques italianos.
Foi então que os dois treinadores começaram a fazer substituições que acabaram sendo cruciais
para o destino da partida.
Quem iniciou tudo foi Trapattoni, ao tirar Del Piero e pôr o meia
Gattuso, aos 21min do segundo
tempo. Na sequência, o técnico
holandês Guus Hiddink trocou
Kim Tae-young, um marcador,
pelo atacante Hwang Sun-hong.
Ainda na etapa final, mais dois
atacantes entraram na Coréia.
Assim, como um time pequeno,
a Itália se encolheu, enquanto o rival atacava como equipe grande.
O castigo para a covardia de um
e a coragem de outro surgiu aos
43min, quando Panucci não conseguiu dominar na área uma bola,
que sobrou para Seol Ki-hyeon
chutar forte e superar Buffon.
"Seria melhor perder por mais
gols do que não tentar", disse
Hiddink sobre sua tática ousada.
Na prorrogação, mesmo com
direito ainda a uma substituição,
Trapattoni não alterou o time,
apesar de ter os atacantes Inzaghi
e Montella no banco de reservas.
A situação italiana piorou mais
aos 13min do primeiro tempo da
prorrogação. O árbitro entendeu
que Totti, que já havia recebido o
amarelo, simulou falta na área
sul-coreana e o expulsou, o que
deixou Vieri sozinho no ataque.
O golpe final na Itália aconteceu
quando restavam apenas três minutos para o fim do tempo extra.
Depois de um longo cruzamento,
Ahn Jung-hwan subiu mais do
que Maldini para marcar o gol
que classificou seu time e eliminou a Itália em uma prorrogação
pela primeira vez nas Copas.
Após o jogo, técnico e atletas da
Itália apontaram o juiz como culpado pela derrota. Moreno teria
errado ao expulsar Totti e dado
impedimento em um gol legal.
"Quando estivermos de volta,
em um ambiente idôneo, eu irei
falar sobre a arbitragem", afirmou, revoltado, o presidente da
Federação Italiana de Futebol,
Franco Carraro.
(PAULO COBOS)
Texto Anterior: Tostão: As oito melhores do Mundial Próximo Texto: Microfone Índice
|