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FUTEBOL
"Vai Robinho"
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
A campanha nacional "Fica
Robinho" ganhou grande espaço nas últimas semanas. Respeito tal manifestação e, mesmo
não querendo lançar ou comandar movimento contrário, uso este espaço para externar minha
modesta opinião: "Vai Robinho".
São inúmeras as razões para eu
desejar a saída do astro santista
para o futebol europeu. Colocarei
aqui apenas as principais, deixando claro que não tenho nada
contra o Santos. Muito ao contrário. Como esta é uma coluna de
futebol internacional, poucos clubes são tão respeitados por mim
quanto o glorioso time de Pelé.
Robinho teve origem humilde,
como a esmagadora maioria dos
jogadores brasileiros. Nada mais
justo do que lucrar com seu talento, financeiramente falando mesmo. Além da grana, atuar na Europa seria tecnicamente melhor
para alguém que já está há muito
tempo entre os melhores do mundo. Seu lugar é entre os melhores.
Alguns torcedores lamentam
que não verão mais Robinho se
ele for para a Europa. Bom, se ele
jogar no Real Madrid, que passa
mais na TV do que qualquer outro time do mundo, será mais visto do que nunca. No Brasil (dou
meio um chute), cerca de 10 mil
torcedores, em média, vão ao estádio ver um jogo de Robinho. Na
Europa, esse número seria quadruplicado, quintuplicado...
A situação de risco que ele e sua
família vivem em Santos, com seqüestros e presença forte de traficantes, não é nada animadora.
No exterior, além de segurança,
ele e seus pais teriam sabidamente uma vida melhor. Robinho
cresceria em todos os sentidos e
poderia assim continuar sendo o
garoto alegre que conhecemos.
Profissionalmente, o jovem atacante não teria seus sonhos furtados. Duvido que ele seja sacado
da reta final da Copa dos Campeões da Europa como foi da Libertadores. Duvido que ele não
concorra ao prêmio de melhor jogador do planeta atuando na Europa. Duvido que seu lugar na seleção não seja cativo defendendo
um grande do velho continente.
"Mas o Pelé não foi para a Europa..." Eram outros tempos, e
Robinho não é Pelé. Seria um pecado negar sua ida à elite da bola,
um egoísmo não querer o melhor
para o garoto (pensar em "nós").
A história de o governo ajudar a
mantê-lo aqui é ainda mais absurda. Por que não com os tantos
outros craques? Por que usar dinheiro público para deixar no
país alguém que está louco para
se realizar no exterior? Por que
não se preocupar com as coisas
muito mais importantes que assustam agora todos os brasileiros?
A negociação de Robinho ainda
trás um bom dinheiro ao Brasil.
A Folha já destacou ontem o
plano de levar o pai Gilvan e a
mãe Marina à Europa mesmo se
não ocorrer a esperada transferência para o Real Madrid. Só
Marcelo Teixeira, presidente santista, impede a saída de Robinho.
Há um contrato em vigor, mas o
clube corre sério risco de ficar sem
sua jovem estrela na reta final da
Libertadores-06 também (Mundial vale mais que Copa das Confederações) e, pior, não lucrar o
esperado com ele após a Copa.
Robinho, resumindo, quer ir. E
merece, até pelo que fez na Vila.
Vai Robinho
Nas próximas semanas, Robinho grava comercial da Vivo com Gisele Bündchen, decide entre Coca-Cola e Pepsi, fecha com um banco e
acerta com fabricante de bicicletas a criação de uma "magrela" amarela número 7 e de comercial "Pedala Robinho". Assediado pela Adidas, deve estender por dez ou até 15 anos seu contrato com a Nike.
Vai Copa das Confederações
Esta é a melhor que já teve, mas torço para que o torneio acabe.
Vai coluna
Domingo passado, levei a Copa-2006 ao inverno europeu. Como a
geografia ensina, será verão na Europa. Faltaram aspas no inverno
europeu, pois o Mundial alemão registrará 15C de dia e 10C à noite.
E-mail rbueno@folhasp.com.br
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