São Paulo, segunda-feira, 19 de junho de 2006

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Tostão

Foi suficiente

O Brasil deixou novamente o rival tocar demais a bola no meio-campo

NESTES DIAS em Munique, conheci o esplendor de uma Copa. Milhares de pessoas, alemães e estrangeiros, confraternizaram-se e se divertiram pelas ruas da maravilhosa cidade. Os alemães adoram festa e futebol. Bebem muito, mas não ficam tontos.
Pelo que presenciei nos quatro últimos Mundiais, os alemães não têm nada a ver com a chata formalidade francesa, evidente na Copa de 1998, com a discrição dos orientais em 2002 nem com a indiferença americana em 1994.
Vamos ao jogo. A partida foi igual como a contra a Croácia, mas prevaleceu novamente o maior talento dos brasileiros. A Austrália pressionou em alguns momentos do segundo tempo, criou tantas chances de gols quanto o Brasil, mas finalizou mal.
O Brasil deixou novamente o rival tocar demais a bola no meio campo. Emerson e Zé Roberto marcaram muito atrás, como contra a Croácia.
Como a Austrália não deixou espaços para Roberto Carlos e Cafu avançarem, e Adriano e Ronaldo continuaram fixos pelo meio, não houve jogadas pelas pontas no primeiro tempo.
Após o gol do Brasil, a Austrália colocou mais um atacante e adiantou a marcação. Isso facilitou para o rápido e habilidoso Robinho, que entrou novamente muito bem, no lugar de Ronaldo. Se Robinho tivesse jogado desde o início, quando a Austrália estava recuada e sem deixar espaços na defesa, ele teria mais dificuldades. A entrada de Robinho durante a partida, quando o Brasil estiver vencendo, será uma arma poderosa no contra-ataque. Isso não significa que Robinho não possa se tornar titular nos próximos jogos.
Ronaldinho Gaúcho foi excelente na armação das jogadas, porém no Barcelona ele é também um excepcional atacante, o que não foi nos dois primeiros jogos. Ele, Juan, Lúcio e Robinho foram os melhores do Brasil. Ronaldo se movimentou mais, mas continua mal. Os outros foram bem ou razoáveis.
Deu novamente para o gasto. Escrevi antes da Copa que, se o Brasil ganhar o título, será com grande brilhantismo. Isso ainda não aconteceu, mas ainda há tempo.


@ - tostao.folha@uol.com.br




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