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Tostão
Foi suficiente
O Brasil deixou novamente o rival tocar demais a bola no meio-campo
NESTES DIAS em Munique, conheci o
esplendor de uma
Copa. Milhares de pessoas, alemães e estrangeiros, confraternizaram-se e
se divertiram pelas ruas da
maravilhosa cidade. Os
alemães adoram festa e futebol. Bebem muito, mas
não ficam tontos.
Pelo que presenciei nos
quatro últimos Mundiais,
os alemães não têm nada a
ver com a chata formalidade francesa, evidente na
Copa de 1998, com a discrição dos orientais em
2002 nem com a indiferença americana em 1994.
Vamos ao jogo. A partida foi igual como a contra
a Croácia, mas prevaleceu
novamente o maior talento dos brasileiros. A Austrália pressionou em alguns momentos do segundo tempo, criou tantas
chances de gols quanto o
Brasil, mas finalizou mal.
O Brasil deixou novamente o rival tocar demais
a bola no meio campo.
Emerson e Zé Roberto
marcaram muito atrás, como contra a Croácia.
Como a Austrália não
deixou espaços para
Roberto Carlos e Cafu
avançarem, e Adriano e
Ronaldo continuaram fixos pelo meio, não houve
jogadas pelas pontas no
primeiro tempo.
Após o gol do Brasil, a
Austrália colocou mais um
atacante e adiantou a marcação. Isso facilitou para o
rápido e habilidoso Robinho, que entrou novamente muito bem, no lugar de Ronaldo. Se Robinho tivesse jogado desde o
início, quando a Austrália
estava recuada e sem deixar espaços na defesa, ele
teria mais dificuldades. A
entrada de Robinho durante a partida, quando o
Brasil estiver vencendo,
será uma arma poderosa
no contra-ataque. Isso não
significa que Robinho não
possa se tornar titular nos
próximos jogos.
Ronaldinho Gaúcho foi
excelente na armação das
jogadas, porém no Barcelona ele é também um excepcional atacante, o que
não foi nos dois primeiros
jogos. Ele, Juan, Lúcio e
Robinho foram os melhores do Brasil. Ronaldo se
movimentou mais, mas
continua mal. Os outros
foram bem ou razoáveis.
Deu novamente para o
gasto. Escrevi antes da Copa que, se o Brasil ganhar o
título, será com grande
brilhantismo. Isso ainda
não aconteceu, mas ainda
há tempo.
@ - tostao.folha@uol.com.br
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