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Espanha joga para calar rival
Treinador da Tunísia põe em dúvida capacidade do oponente de repetir ótima atuação da estréia
"Talvez os espanhóis sejam os primeiros a duvidar de si mesmos", diz Roger Lemerre, que, se triunfar, pode alçar africanos à ponta do grupo
DO ENVIADO A NUREMBERG
A Espanha tem uma provação hoje diante da Tunísia, em
Stuttgart, às 16h. O objetivo é
comprovar para o mundo, para
o técnico adversário e para os
próprios espanhóis que a goleada e o bom futebol da estréia
contra a Ucrânia não foram
apenas um caso isolado.
A equipe que fez 4 a 0 na
Ucrânia, teoricamente o rival
mais difícil do Grupo H, perdeu
de 2 a 0 em treinamento dos reservas espanhóis, algo que surpreendeu a imprensa do país,
um tanto eufórica com o resultado e o futebol da primeira
partida, na quarta passada.
"Talvez sejam os espanhóis
os primeiros que duvidem de si
mesmos", alfinetou Roger Lemerre, treinador da Tunísia.
Ele negou estar impressionado com o futebol da Fúria e garante que vai encarar o jogo de
igual para igual. ""Podemos ter
menos habilidade, mas temos
mais força. Será um choque de
estilos. Podemos criar alguns
problemas", disse Lemerre, otimista mesmo após o 2 a 2 com a
Arábia Saudita -o empate dos
africanos só saiu no fim do jogo.
Até o técnico Luis Aragonés,
que diz que o melhor que viu no
Mundial até agora foi a Argentina, parece não estar muito
convencido da boa fase do time.
""Como equipe, a Argentina é
melhor, e não porque ganhou
de 6 a 0. Digo por outras coisas.
Eu me fixo em idéias, e as de Argentina e Itália são perfeitas",
justificou o treinador.
Ele deve manter a formação
ofensiva (4-3-3) e a opção por
não escalar alguns medalhões,
como Salgado, Albelda e Raúl.
Aragonés entende, no entanto, que com a bola rolando seu
time é um dos melhores. ""No
toque de bola, é difícil fazer melhor do que a Espanha. Mas o time não está perfeito. Os laterais precisam subir mais [ao
ataque] e criar perigo", afirmou
ele, que jamais perdeu um jogo
pela seleção, seja como técnico
ou como jogador (atuou pela
equipe na década de 1960).
A Tunísia não está entre os
favoritos da chave, mas Aragonés espera problemas. "Será
um rival complicado, mais do
que a Ucrânia, porque está
muito bem preparado, tem
qualidade no meio e porque vão
nos pressionar mais."
Lemerre passa otimismo em
suas palavras. "Os espanhóis
vieram dispostos a realizar um
grande Mundial. Devemos responder mentalmente com as
mesmas armas", afirmou.
O técnico confia bastante no
poder de fogo do atacante Jaziri, que substitui o brasileiro naturalizado Francileudo, lesionado no joelho. ""Ele está tão
preparado como pode estar o
Puyol [zagueiro da Espanha]."
Já David Villa, goleador espanhol até agora na Copa (dois
gols), fala, mais modestamente,
em não lutar pela artilharia.
""Não tenho isso em mente. E
nem preocupa muito. Quero
ajudar a Espanha a se classificar", disse ele, um dos cotados
para ser o goleador do Mundial.
Uma vitória hoje garante matematicamente a Espanha nas
oitavas-de-final. Cerca de 35
mil torcedores tunisianos deverão assistir à partida em
Stuttgart.0
(RODRIGO BUENO)
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