São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2008

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Vaiado, Brasil prolonga crise e Dunga

Após 20 anos, clássico com Argentina termina sem gols, e time nacional pode ficar fora de zona de classificação para a Copa

Em confronto fraco, técnico brasileiro é chamado de "jumento", ouve pedido de adeus da torcida e aplauso solitário para estrela rival

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Sem animação, torcedores observam o empate sem gols entre Brasil e Argentina, em Belo Horizonte, pelas eliminatórias da Copa

PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A BELO HORIZONTE

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Depois de 20 anos e 22 confrontos, Brasil e Argentina, fizeram ontem, em Belo Horizonte, um clássico sem gols.
Muito pior para Dunga, que viu sua seleção completar o terceiro jogo sem vitória e com o risco de terminar a sexta rodada, caso haja um vencedor hoje no jogo Venezuela x Chile, em quinto lugar nas eliminatórias.
Apenas os quatro primeiros se classificam diretamente para a Copa do Mundo de 2010. O quinto ainda tem o direito de disputar uma repescagem contra o quarto colocado das eliminatórias da Concacaf.
Mas pior do que a fotografia atual da classificação foi o tratamento que Dunga recebeu em um Mineirão com mais de 50 mil pessoas. Os torcedores disseram adeus ao técnico, que ainda foi chamado de "jumento" e viu, recolhido no banco de reservas, bem longe da lateral do campo, o atacante Messi ser o único a receber aplausos, quando foi substituído e o jogo já se aproximava do seu final.
Isso durante um confronto que justificou a péssima fase dos maiores rivais sul-americanos. Ambos fazem suas piores campanhas desde que o qualificatório da região adotou a tabela atual, a partir de 2002.
Juntos, somam 20 pontos, contra, por exemplo, 26 no mesmo momento das eliminatórias para o Mundial de 2002.
E foi um duelo pobre. O empate acabou com a série de ótimos resultados da seleção sob o comando de Dunga diante da Argentina -ele somava duas vitórias por 3 a 0 sob o rival. Também significou a primeira vez que o argentino Alfio Basile não perdeu para o Brasil nessa passagem dele pela seleção.
O Brasil não marca um gol há quase 300 minutos -passou em branco contra Venezuela, Paraguai e Argentina. Neste ano, em seis jogos, o time tem uma média inferior a um gol.
Dunga levará agora sua crise para Pequim, com a seleção olímpica, que insistiu em comandar e que pode ser até seu derradeiro ato como treinador da seleção, em roteiro muito parecido com o de Vanderlei Luxemburgo há oito anos.
As eliminatórias para o Mundial voltam apenas em setembro, quando o Brasil terá Chile e Bolívia pela frente.


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