São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2008

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Acordo segura ídolos corintianos

Venda de direitos de Dentinho e André Santos rende R$ 9 milhões e deixa apenas Felipe na vitrine

Parceria feita com empresa permite à diretoria refazer os planos e amenizar o caos financeiro do clube, que tem dívida de cerca de R$ 101 mi

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A venda de parte dos direitos econômicos do lateral André Santos, do atacante Dentinho e do zagueiro Renato vão injetar nos cofres do Corinthians cerca de R$ 9 milhões. Com esse dinheiro, o clube terá um refresco momentâneo em sua penúria financeira e, agora, acredita que conseguirá manter no time os dois primeiros pelo menos até o final desta temporada.
Mas o goleiro Felipe, que está afastado desde a derrota na final da Copa do Brasil, deve ser negociado até o próximo mês.
A idéia da diretoria era, após o final da Copa do Brasil, negociar André Santos, Dentinho e Felipe. Com a transferência de 22,5% do lateral e do atacante, além de 25% de Renato, para a DIS, empresa de compra e venda de jogadores do grupo Sonda, o clube conseguiu arrecadar a quantia necessária para poder querer segurar dois de seus três principais atletas do elenco.
Na parceria com a DIS, ficou acertado que os atletas permanecem até o final deste ano. Mas, se eventualmente os corintianos receberem propostas, elas serão analisadas. De acordo com a diretoria, entretanto, sem a mesma urgência.
"Agora vamos ver se conseguimos manter o maior número possível de atletas até o fim da temporada", afirma o diretor técnico Antônio Carlos. "Acredito que, se mantiver até o fim do ano, dá para manter até o meio do ano que vem. Em dezembro, o mercado europeu abre de novo, mas os times não vêm com tanta força. Fazem menos contratações."
André Santos disse ter gostado do acordo. "A minha vontade é continuar no Corinthians. Me sinto feliz aqui", completou ele, que teve proposta do Werder Bremen, da Alemanha.
O dinheiro da transação também servirá para pagar a parcela de cerca de 2 milhões (cerca de R$ 5 milhões) referentes à compra de Nilmar em 2005.
O pagamento aos franceses deve ser feito até o final deste mês. "O Corinthians está fazendo acordos dentro de suas possibilidades e prometendo o que ele pode cumprir", afirma o vice de finanças do clube alvinegro, Raul Corrêa da Silva.
A dívida corintiana está em cerca de R$ 101 milhões.
A previsão dos cartolas é que, em até três anos, o clube consiga se livrar dos débitos. Para 2008, a diretoria prevê arrecadar R$ 90 milhões e gastar R$ 83 milhões. Segundo Corrêa da Silva, a dívida está estabilizada, mas o Corinthians tem débitos para quitar neste ano -além dos R$ 9 milhões, precisa arrecadar cerca de R$ 33 milhões para cobrir os gastos de 2008.
O rombo corintiano é formado por: R$ 35 milhões de contingências trabalhistas e fiscais, R$ 30 milhões de impostos (que, segundo Corrêa da Silva, poderão ser colocados na Timemania para pagamento em 20 anos), R$ 10 milhões com a Prefeitura de São Paulo, além de R$ 25 milhões de dívidas contratuais e alguns débitos com valores menores.
Como as ações de marketing feitas ainda não trouxeram os resultados esperados, a única saída imediata encontrada pela diretoria foi negociar atletas.


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