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Escuderias largam FIA e prometem F-1 paralela
Após reunião de 4 horas, times dividem categoria por causa de teto de gastos
Ferrari, McLaren, Brawn GP, Renault, BMW, Toro Rosso, Red Bull e Toyota assinam
texto contra federação que
comanda o automobilismo
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A SILVERSTONE
Após meses de uma intensa
disputa política entre FIA e Fota, a associação que representa
as equipes da F-1 divulgou no
fim da noite de ontem que começará os preparativos para
lançar uma categoria paralela.
O anúncio aconteceu após
uma reunião de aproximadamente quatro horas na fábrica
da Renault, em Enstone, a cerca de uma hora de Silverstone,
onde depois de amanhã acontece a oitava etapa do Mundial.
O principal ponto de discórdia entre as escuderias e a entidade que dirige o esporte é a
criação de um teto orçamentário de R$ 129 milhões para
2010. Além de considerar o valor muito baixo, a Fota teme a
maneira como isso seria fiscalizado. Também não se conforma com o fato de o Mundial
passar a ter dois regulamentos
distintos, já que os times que
aderirem ao teto se beneficiarão de liberdades técnicas bem
maiores que os outros.
No comunicado emitido ontem, assinado por Ferrari,
McLaren, BMW, Brawn GP,
Renault, Red Bull, Toro Rosso e
Toyota, o grupo expõe os motivos para tomar tal medida.
"Tanto a FIA como o detentor dos direitos comerciais da
categoria [Bernie Ecclestone]
fizeram campanha para tentar
dividir a Fota. O desejo da
maioria das equipes é ignorado
e, desde 2006, milhões de dólares foram afastados dos times
pelo detentor dos direitos comerciais", diz o documento.
Os membros do grupo afirmam ainda que, como não houve acordo nem com Mosley
nem com Ecclestone, não irão
modificar as exigências feitas à
entidade para disputar o campeonato do ano que vem.
Na semana passada, os oito
times que ainda fazem parte do
grupo -Williams e Force India
foram suspensos- se inscreveram no campeonato no último
dia do prazo, mas só se algumas
condições fossem aceitas. Insatisfeita, a FIA deu novo prazo,
que vence hoje, para que revissem a posição e se comprometessem com o Mundial de F-1
de forma incondicional, como
fizeram os times suspensos.
Nem a carta enviada por
Mosley anteontem, em que ele
concordou em aumentar o limite do teto orçamentário no
ano que vem, resolveu. E, pouco mais de 12 horas antes de
acabar este novo prazo dado
pela entidade, veio a decisão de
lançar a categoria concorrente.
"As equipes não tiveram outra alternativa senão a de começar a preparar um novo
campeonato, que irá refletir os
valores de seus participantes e
parceiros", diz o comunicado.
"Esta categoria terá comando transparente, um único jogo
de regras, encorajará a entrada
de novos participantes e atenderá aos desejos dos fãs, o que
incluirá preços mais baixos para os torcedores."
O documento termina dizendo que os principais pilotos,
marcas, patrocinadores, promotores e empresas ligadas ao
nível mais alto do automobilismo estarão na nova categoria.
Nas últimas semanas cresceram os rumores no paddock de
que a Fota já está negociando
nos bastidores com emissoras
de TV de alguns países e circuitos "rejeitados" pela F-1 para
estabelecer esta liga rival.
Pistas como Canadá, Indianápolis, Jerez de la Frontera e
Magny-Cours, entre outras, já
teriam sido procuradas para receber etapas da categoria.
A FIA não havia se pronunciado a respeito da novidade até
o fechamento desta edição.
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