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Brasil de Dunga tem atuação de gala
Seleção derruba os EUA na Copa das Confederações com repertório variado de jogadas e quase 500 passes trocados
Brasil 3
EUA 0
Paul Thomas/Associated Press
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DISPUTA NA DIREITA
Maicon comemora após fazer o último gol do jogo. Ele, que começou o torneio na reserva de Daniel Alves, disse que, no 1º tento, quando cruzou para Felipe Melo, temeu voltar a sentir lesão muscular
EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
ENVIADOS ESPECIAIS A PRETÓRIA
Gol de bola parada, em contra-ataque e depois de bela tabela. Toque de bola quase perfeito, o ataque rival controlado,
""fair play". O Brasil de Dunga,
quase sempre criticado pelo
pobre futebol, teve ontem, em
Pretória, atuação de gala na vitória por 3 a 0 sobre os EUA.
O placar deixou o time perto
das semifinais da Copa das
Confederações da África do Sul.
No domingo, contra a Itália,
atual campeã mundial, precisa
só empatar para avançar como
líder da chave, o que provavelmente evitará o duelo com a
Espanha, a temida campeã europeia, e permitirá viagens bem
mais leves nas próximas fases.
Na era Dunga, boas situações
na tabela, como esta, não são
novidade (com ele, o Brasil já
ganhou a Copa América, lidera
as eliminatórias e tem o ótimo
aproveitamento de 76% dos
pontos conquistados).
Mas a autoridade com que
ganhou dos EUA, contra quem
o Brasil tem um histórico de vitórias apertadas, foi novidade.
A seleção fez seus gols com
um vasto repertório de jogadas.
Primeiro, o lance que já virou
característica do time: a bola
parada. Aos 7min, Maicon bateu falta pela direita, Felipe
Melo subiu mais que a defesa e
superou o goleiro Howard.
O segundo, aos 20min, aconteceu em um contragolpe mortal. Kaká tocou para Ramires,
que avançou por quase todo o
campo americano antes de dar
ótimo passe para Robinho, que
chutou rasteiro para ampliar.
Mas a seleção de Dunga mostrou ontem que também sabe
improvisar para balançar as redes. Aos 17min do segundo
tempo, depois de rápida e bela
troca de passes pelo lado direito, Maicon, eleito o melhor em
campo, chutou, quase sem ângulo, para fechar o placar.
Os números do Datafolha
também atestam o dia quase
perfeito da seleção brasileira.
Foram quase 500 passes trocados, com aproveitamento superior a 91%. Com Dunga, o time tem média de 400 toques e
índice de acerto inferior a 88%.
Técnico que dirige a seleção
que mais é bombardeada pelos
rivais nos últimos tempos,
Dunga viu ontem os americanos chutarem só sete vezes
(menos da metade da média
das eliminatórias). E isso sem
apelar: o Brasil cometeu 11 faltas, seis a menos do que sua média sob o comando do gaúcho.
""Eu gostei muito da equipe. A
forma como atuamos, de não
deixar o adversário jogar, e girar a bola com velocidade, que é
uma característica do futebol
brasileiro", declarou Dunga.
""Agora a gente teve tempo
para se recuperar, para dormir,
para comer, e o organismo dos
jogadores já está se adaptando
ao país", falou o técnico a respeito do motivo da mudança
drástica em relação à estreia na
Copa das Confederações, a vitória sofrida sobre Egito (4 a 3).
Concentrado desde o início
de junho, o time pode ter hoje,
ainda que não durante todo o
dia, a primeira folga no mês.
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