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Holanda testa série invicta e fama de fogo de palha
Sem perder há 20 jogos, seleção disputa liderança do Grupo E com o Japão
ENVIADO ESPECIAL À CIDADE DO CABO
Quem acredita que a Holanda, invicta há 20 jogos, seja mais uma vez fogo de palha tem uma boa razão para
estar certo. A série sem derrotas da equipe, algo que tende
a continuar hoje contra o Japão em Durban às 8h30 (Brasília), foi construída diante
de poucas equipes fortes.
A seleção laranja, de ótimo
retrospecto sob o comando
de Bert van Marwijk, acumula 15 vitórias e cinco empates
desde que perdeu um amistoso por 2 a 1 para a Austrália,
a única derrota do time com o
atual comandante. Porém só
enfrentou dois países que estão no top 10 do ranking da
Fifa e não os venceu.
Contra a Itália, quinta colocada na lista, 0 a 0. Contra
a Inglaterra, oitava no ranking, um 2 a 2 no qual a Holanda correu o sério risco de
levar uma virada em casa.
O Japão foi uma das vítimas holandesas nesta série
invicta. Uma vitória cômoda
por 3 a 0 num amistoso em
Enschede já mostrou bem a
diferença técnica entre os
dois times, que disputam hoje a liderança do Grupo E.
Esse placar clássico foi um
dos maiores da Holanda nos
últimos 20 jogos. Goleadas,
apenas contra Hungria (6 a
1), Gana (4 a 1) e Macedônia
(4 a 0). A classificação com
100% de aproveitamento para o Mundial deveu-se muito
ao fato de os holandeses encabeçarem um grupo fraco.
O tão elogiado ataque holandês, pelos números, não é
tudo isso. Fez em média nessa série invicta 2,1 gols por jogo, mesmo enfrentando várias equipes que não estão
bem colocadas no ranking da
Fifa. A Dinamarca, rival da
estreia na Copa (2 a 0), é só a
36ª seleção da lista mundial.
Mas a defesa, criticada por
muitos, inclusive pelo lendário Johan Cruyff, não é tão
fraca como pode parecer pelos seus nomes de pouco brilho internacional. Nos últimos dez jogos, sofreu apenas
cinco gols (0,5 por jogo).
Uma vitória hoje praticamente dará à Holanda o primeiro lugar de sua chave no
Mundial. Mas o time pode
cruzar logo nas oitavas de final com a Itália. Nas quartas,
pode ter Brasil ou Espanha,
favoritas ao título contra as
quais não mediu forças.
"Somos um país criativo e
temos o que Cruyff chama de
"um tipo de arrogância". Não
podemos deixar essa arrogância ser algo negativo.
Quando a Holanda está bem,
somos muito, muito bons...
E então você pode perder",
declarou Van Marwijk.
(RODRIGO BUENO)
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