São Paulo, Sábado, 19 de Junho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL
Técnico afirma que fica no Palmeiras mesmo sem reajuste salarial; decisão agora só depende da presidência
Scolari diz que continua mais um ano

Eduardo Knapp/Folha Imagem
O volante Rogério, que começou a negociar a renovação de seu contrato, em treino para a final de amanhã


FÁBIO VICTOR
FERNANDO MELLO
da Reportagem Local

Assediado por clubes estrangeiros com propostas milionárias, o técnico Luiz Felipe Scolari garantiu ontem sua permanência por pelo menos mais um ano no Palmeiras mesmo perdendo dinheiro.
O treinador comunicou à diretoria e à Parmalat, co-gestora do clube, que permanece com o mesmo contrato, sem necessidade de qualquer mudança ou reajuste salarial.
A única condição imposta foi que o acordo seja renovado por pelo menos mais 12 meses.
"Quero continuar por mais um ano ou um ano e meio, mas apenas por seis meses não tenho interesse. Não coloquei nenhum empecilho ou dificuldade financeira e dei três dias (a partir de domingo, quando vence o contrato) para eles decidirem", informou Scolari.
Agora, a confirmação da renovação depende apenas do presidente do Palmeiras, Mustafá Contursi, já que a Parmalat é a mais interessada na permanência.
O diretor da multinacional para o clube, Paulo Angioni, irá se reunir com Contursi na próxima segunda-feira para fechar o acordo.
"Está tudo certo. Se Deus quiser, definiremos tudo na segunda. A atitude do Felipe não me surpreende, pois ele é uma pessoa que coloca o bem-estar acima dos valores materiais", comemorou Angioni.
"Ele está vivendo um ótimo momento no Palmeiras, se sentindo bem e querido. Para ele isso vale mais do que qualquer coisa."
Com a opção, Scolari pode deixar de ganhar US$ 80 mil todo mês. O clube espanhol Betis, o mais interessado no técnico, se dispõe a pagar US$ 200 mil mensais, contra os US$ 120 mil que ele ganha hoje.
Scolari admitiu ter recebido vários faxes de clubes estrangeiros ("Garanto que não fico desempregado"), mas disse que as ofertas não lhe abalaram. "Não preciso de mais nada (em relação ao atual contrato). Dinheiro é importante, mas não é tudo na vida."
Mesmo pensando assim, Scolari não deixou de festejar o "perdão" financeiro anunciado ontem pela FPF (Federação Paulista de Futebol). A entidade comunicou que não mais cobrará a multa de R$ 50 mil dada a Scolari pela escalação de um time reserva no primeiro jogo da decisão do Paulista.
A alegação do presidente da FPF, Eduardo José Farah, foi a conquista da Libertadores pelo Palmeiras.
O técnico disse que não esperava o perdão da multa. "O Farah sempre me surpreende."
A FPF também transformou em multa de R$ 1.000 a suspensão de um jogo aplicada ao atacante Evair, expulso na primeira final.
Amanhã, o time não terá o zagueiro Júnior Baiano nem o volante César Sampaio, contundidos.


Texto Anterior: Tênis: Kuerten obtém sua 1ª vitória na grama
Próximo Texto: Ingressos para a final já estão esgotados
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.