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FUTEBOL
PP alega que texto fere Constituição e pede liminar sustando efeitos da lei
Partido de Eurico vai ao STF contra Estatuto do Torcedor
FÁBIO VICTOR
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
Depois de sair ileso de um motim da cartolagem há dois meses,
o Estatuto do Torcedor recebeu
um novo ataque: o Partido Progressista, ex-PPB, ingressou ontem no Supremo Tribunal Federal
com uma ação de inconstitucionalidade contra a lei, sancionada
em maio pelo presidente Lula.
Sob a alegação de que o código
fere 29 dispositivos da Constituição Federal, o PP, partido de Paulo Maluf e do presidente do Vasco, Eurico Miranda, pede a suspensão dos efeitos da lei.
A petição se baseia especialmente nos artigos 5º, 24 e 217 da
Constituição. O 5º e o 217 tratam
da liberdade de associação e da
autonomia das entidades desportivas. O 24 diz respeito às limitações da União para legislar em regime federativo.
Quando ameaçaram paralisar o
futebol nacional, os cartolas reclamaram dos artigos 19 e 37 da nova
lei, que tratam da responsabilização de dirigentes em caso de não
cumprimento das normas.
Assinado pelo advogado do PP-RJ Wladimir Sérgio Reale, o pedido de liminar chega a chamar os
dirigentes esportivos de "vítimas
do Estado Legislador" e diz que os
direitos e garantias dos cartolas já
sofreram "sérias lesões".
O ministro do Esporte, Agnelo
Queiroz, considerou "fraquíssima" a argumentação do PP e disse
estar tranquilo quanto ao futuro
da lei. "Tomamos todos os cuidados para que não houvesse inconstitucionalidade, tiramos do
texto original, tanto do estatuto
quanto da lei de moralização, tudo o que pudesse interferir nas
entidades. O pedido não tem sustentação", disse Queiroz à Folha.
Questionado sobre o que teria
motivado a ação do PP, o ministro disse não ter como saber, mas
afirmou: "É desespero do setor
mais atrasado, que tenta derrotar
uma lei que tem apoio total da população. Essas forças querem um
futebol sem regras".
Os cartolas disseram estar surpresos com a ação, apesar de o tema ter sido discutido durante o
motim. Contatado pela reportagem, Ricardo Teixeira disse que
só o presidente interino da CBF,
Nabi Abi Chedid, poderia falar sobre o assunto. "Estou sabendo
agora. Para mim, é uma bomba. A
CBF sempre procurou seguir o
que está na lei", afirmou Nabi.
Eurico, outro que participou da
ameaça de parar o futebol, disse
não ter relação com a ação. "Não
estou sabendo de nada. Mas se o
PP entrou no STF, agiu bem."
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