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São Paulo, sábado, 19 de julho de 2003

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FUTEBOL

PP alega que texto fere Constituição e pede liminar sustando efeitos da lei

Partido de Eurico vai ao STF contra Estatuto do Torcedor

FÁBIO VICTOR
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC

Depois de sair ileso de um motim da cartolagem há dois meses, o Estatuto do Torcedor recebeu um novo ataque: o Partido Progressista, ex-PPB, ingressou ontem no Supremo Tribunal Federal com uma ação de inconstitucionalidade contra a lei, sancionada em maio pelo presidente Lula.
Sob a alegação de que o código fere 29 dispositivos da Constituição Federal, o PP, partido de Paulo Maluf e do presidente do Vasco, Eurico Miranda, pede a suspensão dos efeitos da lei.
A petição se baseia especialmente nos artigos 5º, 24 e 217 da Constituição. O 5º e o 217 tratam da liberdade de associação e da autonomia das entidades desportivas. O 24 diz respeito às limitações da União para legislar em regime federativo.
Quando ameaçaram paralisar o futebol nacional, os cartolas reclamaram dos artigos 19 e 37 da nova lei, que tratam da responsabilização de dirigentes em caso de não cumprimento das normas.
Assinado pelo advogado do PP-RJ Wladimir Sérgio Reale, o pedido de liminar chega a chamar os dirigentes esportivos de "vítimas do Estado Legislador" e diz que os direitos e garantias dos cartolas já sofreram "sérias lesões".
O ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, considerou "fraquíssima" a argumentação do PP e disse estar tranquilo quanto ao futuro da lei. "Tomamos todos os cuidados para que não houvesse inconstitucionalidade, tiramos do texto original, tanto do estatuto quanto da lei de moralização, tudo o que pudesse interferir nas entidades. O pedido não tem sustentação", disse Queiroz à Folha.
Questionado sobre o que teria motivado a ação do PP, o ministro disse não ter como saber, mas afirmou: "É desespero do setor mais atrasado, que tenta derrotar uma lei que tem apoio total da população. Essas forças querem um futebol sem regras".
Os cartolas disseram estar surpresos com a ação, apesar de o tema ter sido discutido durante o motim. Contatado pela reportagem, Ricardo Teixeira disse que só o presidente interino da CBF, Nabi Abi Chedid, poderia falar sobre o assunto. "Estou sabendo agora. Para mim, é uma bomba. A CBF sempre procurou seguir o que está na lei", afirmou Nabi.
Eurico, outro que participou da ameaça de parar o futebol, disse não ter relação com a ação. "Não estou sabendo de nada. Mas se o PP entrou no STF, agiu bem."


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