|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Com tratamento de 1º piloto, brasileiro consegue seu 3º triunfo na F-1
Barrichello vence e dá Mundial à Ferrari
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A BUDAPESTE
Foi preciso Michael Schumacher conquistar o pentacampeonato e, depois, ganhar uma prova
em casa. Mas ontem, enfim, Rubens Barrichello descobriu o que
é ser primeiro piloto da Ferrari.
Largando da pole position, com
toda a equipe trabalhando em seu
favor, o brasileiro venceu o GP da
Hungria, 13ª etapa do Mundial.
Foi seu terceiro triunfo na F-1, o
segundo na temporada. Desde
1993, o Brasil não ganhava mais
de uma prova num ano -na ocasião, Ayrton Senna venceu cinco.
Foi, ainda, o sexto triunfo brasileiro na Hungria. Senna venceu
três vezes e Nelson Piquet, duas.
Com o resultado, a 11ª dobradinha da história da dupla, a Ferrari
atingiu duas metas de uma só vez:
garantiu o Mundial de Construtores com quatro GPs de antecedência e alçou o brasileiro à vice-liderança do Mundial de Pilotos.
E foi exatamente esse segundo
objetivo que deu a Barrichello tratamento prioritário do time.
Assim que Schumacher conquistou o penta, há quase um
mês, a Ferrari anunciou que passaria a se empenhar para dar o vice-campeonato ao brasileiro.
A corrida seguinte, porém, foi o
GP da Alemanha, a única no calendário que Schumacher nunca
havia vencido. Saindo da pole,
com o brasileiro em terceiro, o
alemão disparou na frente, não
deu chances para ninguém e venceu diante de seus torcedores.
Na Hungria, foi diferente. A começar pelo treino oficial, quando
Barrichello conseguiu cravar a
pole. A partir de então, a F-1 já esperava que a Ferrari fosse adotar
uma tática que o beneficiasse.
Tal estratégia ficou flagrante ontem. Em duas oportunidades, logo após os pit stops, Schumacher
precisou se esforçar para não ultrapassar o companheiro.
Em ambas as vezes, o alemão estava embalado e encontrou Barrichello devagar, saindo dos boxes.
Schumacher, porém, evitou o ataque e mudou até a trajetória para
não ganhar a posição.
E, no final da corrida, o campeão deliberadamente deu uma
mostra de que, se quisesse, poderia lutar pela vitória: cravou a volta mais rápida do GP e, nos seis últimos giros, reduziu a folga do
brasileiro de 3s937 para 0s434.
A maior prova de que Barrichello não precisava se preocupar
com o companheiro estava na
placa mostrada aos pilotos a cada
passagem pela reta dos boxes. Nas
informações para o brasileiro, a
Ferrari indicava apenas sua diferença para o terceiro colocado,
Ralf Schumacher. Era como se o
pentacampeão não existisse.
Após a prova, Barrichello admitiu que a equipe ordenou, pelo rádio, que os pilotos mantivessem
as posições. Mas negou que a vitória de ontem tenha sido fácil.
"É até feio falar isso, mas é mais
difícil andar devagar do que andar rápido. Você tem que tomar
cuidado para não perder a concentração, não sair da linha."
Ele tem agora 45 pontos no
campeonato, cinco a mais que
Juan Pablo Montoya e Ralf, empatados na terceira posição.
Texto Anterior: O que ver na TV Próximo Texto: Schumacher quer voltar a se divertir nas pistas Índice
|