São Paulo, segunda-feira, 19 de agosto de 2002

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F-1

Contido, Barrichello evita comemoração e parabeniza Ferrari pelo trabalho

Brasileiro promete quatro triunfos em quatro provas

Associated Press
O ferrarista Rubens Barrichello exibe o troféu de sua terceira vitória na F-1, no GP da Hungria


DO ENVIADO A BUDAPESTE

Rubens Barrichello não deixou a "sambadinha" de lado, é verdade. Mas comemorou sua vitória no GP da Hungria com menos empolgação do que o normal.
Afinal, a menos que acontecesse um problema no carro, o resultado de ontem já era esperado.
O brasileiro definiu com frieza a conduta de Michael Schumacher na parte final da corrida. "Ele estava só se divertindo", disse, referindo-se à falta de combatividade do companheiro de equipe.
E prometeu lutar por vitórias nas quatro provas que restam para o fim da temporada, Bélgica, Itália, EUA e Japão: "Tenho mais quatro corridas pela frente e vou tentar quatro vitórias, mas acho que a gente não pode se gabar, nem ser muito ganancioso".
Tanta tranquilidade tem uma causa: o excelente trabalho da Ferrari neste ano. Em 11 corridas disputadas até agora, o modelo F2002 da escuderia italiana só não ganhou uma, em Mônaco.
Foram oito vitórias de Schumacher e duas de Barrichello. Além disso, o alemão ainda venceu as duas primeiras etapas do calendário, os GPs da Austrália e da Malásia, com o carro de 2001.
"A Ferrari está de parabéns. A equipe toda vive um momento brilhante. Mas eu também vivo", afirmou Barrichello, que já subiu seis vezes ao pódio neste ano.
"Estou realmente muito satisfeito com meu desempenho durante todo esse final de semana."
No início do campeonato, porém, não foi assim. O brasileiro amargou abandonos em três corridas seguidas e só conseguiu marcar seus primeiros pontos na quarta etapa do Mundial, o GP de San Marino, no início de abril.
"Espero que vencer corridas vire um hábito a partir de agora. Ter saído na pole position aqui na Hungria significou muito. Agora, vou lutar para ganhar o máximo possível de pontos", declarou, reafirmando sua busca por mais quatro vitórias neste Mundial.
Na Ferrari desde 2000, Barrichello nunca conseguiu fechar um ano como vice-campeão.
Na sua temporada de estréia, foi o quarto, atrás de Schumacher e da dupla da McLaren, então Mika Hakkinen e David Coulthard.
No ano passado, com Hakkinen desmotivado, Barrichello conseguiu ser o terceiro no Mundial. E só não chegou ao vice-campeonato porque não aproveitou as chances dadas pela Ferrari.
Em 2001, a exemplo do que acontece agora, a Ferrari lhe deu prioridade após o título de Schumacher. O máximo que o piloto conseguiu, no entanto, foi uma segunda colocação no GP da Itália. Em nenhum momento, porém, esteve perto de vencer.
Diplomático, Barrichello não quis "oferecer" a vitória para ninguém em especial. Aproveitou apenas a entrevista coletiva para mandar beijos para "a gordona e para o gordão", sua mulher, Silvana, e seu filho, Eduardo.
Comemoração contida, nenhuma "homenagem especial". Sinal dos tempos. Sinal de que Barrichello já começa a se acostumar com as vitórias. (FÁBIO SEIXAS)


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