São Paulo, quinta-feira, 19 de agosto de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VÔLEI

Como anteontem com homens, time feminino sofre para vencer no tie-break

Replay contra a Itália faz da seleção única invicta dos Jogos

LUÍS CURRO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS

Um dia depois do confronto épico entre italianos e brasileiros, ontem foi a vez de as mulheres dos dois países medirem forças.
De novo, um jogo emocionante, definido somente no tie-break. E, de novo, deu Brasil.
Com a vitória por 3 sets a 2 (19/ 25, 25/13, 22/25, 25/16 e 15/13), em uma hora e 47 minutos, a equipe de José Roberto Guimarães lidera o Grupo A e é a única invicta no torneio feminino de vôlei.
"A vitória nos dá confiança, mas sabemos que o cruzamento será complicado", declarou Zé Roberto, já preocupado com as quartas-de-final. O time enfrentará um rival da "chave da morte" (EUA, China, Alemanha, Cuba, Rússia e República Dominicana).
Brasileiras e italianas, como haviam feito na véspera os times masculinos, protagonizaram uma partida de muitos altos e baixos.
A seleção comandada por Marco Bonitta dominou o primeiro e o terceiro sets, e a de Zé Roberto, o segundo e o quarto.
Apáticas em muitos momentos, as brasileiras se mostraram concentradas e decididas nos momentos cruciais do tie-break.
A meio Valeskinha, que fez o último ataque do jogo, foi, com 20 pontos, a maior pontuadora do confronto, que teve um público de 5.300 espectadores, 1.200 a menos do que o duelo entre os homens. A oposto Mari somou outros 16 pontos, e Walewska, 15.
Além de Valeskinha, Virna, outra que terminou com 15 pontos, brilhou no set decisivo ao marcar quatro seguidos e comandar a reação do Brasil.
Preocupada com a aparente falta de ânimo do time no início, a ponta, em vários momentos, falou alto com as companheiras: "Vamos dar pressão nesse jogo".
Virna foi uma das poucas a receber elogios do treinador: "Sob pressão, a bichinha funciona. Vai para a porrada. Ela é uma jogadora de decisão", disse Zé Roberto.
O treinador traçou como objetivo ao menos repetir o bronze que a seleção feminina conquistou sob o comando Bernardinho em Atlanta-1996 e Sydney-2000.
Em Barcelona-1992, à frente da seleção masculina, ele foi ouro.
O resultado de ontem confirma uma tendência dos últimos anos, a de a Itália estar se tornando "freguesa" do Brasil no vôlei.
A seleção masculina, na era Bernardinho (desde 2001), registra oito vitórias e duas derrotas diante da equipe européia nos torneios de ponta. O time feminino, sob o comando de Zé Roberto (desde 2003), tem agora, no total, quatro vitórias e uma derrota -em ambos os casos, um aproveitamento de 80%.
Antes do triunfo de ontem, a equipe feminina, neste ano, havia derrotado as rivais, que são as atuais campeãs do mundo, em duas decisões em solo italiano: no Torneio Vale D'Aosta, em junho, e no Grand Prix, em Reggio Calabria, no primeiro dia deste mês.
E o técnico italiano curvou-se: "O Brasil teve mérito, jogou muito bem no tie-break. É um dos melhores times do mundo".


Texto Anterior: Hoogenband se supera nos 50 m finais
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.