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VÔLEI
Como anteontem com homens, time feminino sofre para vencer no tie-break
Replay contra a Itália faz da seleção única invicta dos Jogos
LUÍS CURRO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS
Um dia depois do confronto
épico entre italianos e brasileiros,
ontem foi a vez de as mulheres
dos dois países medirem forças.
De novo, um jogo emocionante,
definido somente no tie-break. E,
de novo, deu Brasil.
Com a vitória por 3 sets a 2 (19/
25, 25/13, 22/25, 25/16 e 15/13), em
uma hora e 47 minutos, a equipe
de José Roberto Guimarães lidera
o Grupo A e é a única invicta no
torneio feminino de vôlei.
"A vitória nos dá confiança, mas
sabemos que o cruzamento será
complicado", declarou Zé Roberto, já preocupado com as quartas-de-final. O time enfrentará um rival da "chave da morte" (EUA,
China, Alemanha, Cuba, Rússia e
República Dominicana).
Brasileiras e italianas, como haviam feito na véspera os times
masculinos, protagonizaram uma
partida de muitos altos e baixos.
A seleção comandada por Marco Bonitta dominou o primeiro e
o terceiro sets, e a de Zé Roberto, o
segundo e o quarto.
Apáticas em muitos momentos,
as brasileiras se mostraram concentradas e decididas nos momentos cruciais do tie-break.
A meio Valeskinha, que fez o último ataque do jogo, foi, com 20
pontos, a maior pontuadora do
confronto, que teve um público
de 5.300 espectadores, 1.200 a menos do que o duelo entre os homens. A oposto Mari somou outros 16 pontos, e Walewska, 15.
Além de Valeskinha, Virna, outra que terminou com 15 pontos,
brilhou no set decisivo ao marcar
quatro seguidos e comandar a
reação do Brasil.
Preocupada com a aparente falta de ânimo do time no início, a
ponta, em vários momentos, falou alto com as companheiras:
"Vamos dar pressão nesse jogo".
Virna foi uma das poucas a receber elogios do treinador: "Sob
pressão, a bichinha funciona. Vai
para a porrada. Ela é uma jogadora de decisão", disse Zé Roberto.
O treinador traçou como objetivo ao menos repetir o bronze que
a seleção feminina conquistou
sob o comando Bernardinho em
Atlanta-1996 e Sydney-2000.
Em Barcelona-1992, à frente da
seleção masculina, ele foi ouro.
O resultado de ontem confirma
uma tendência dos últimos anos,
a de a Itália estar se tornando "freguesa" do Brasil no vôlei.
A seleção masculina, na era Bernardinho (desde 2001), registra
oito vitórias e duas derrotas diante da equipe européia nos torneios de ponta. O time feminino,
sob o comando de Zé Roberto
(desde 2003), tem agora, no total,
quatro vitórias e uma derrota
-em ambos os casos, um aproveitamento de 80%.
Antes do triunfo de ontem, a
equipe feminina, neste ano, havia
derrotado as rivais, que são as
atuais campeãs do mundo, em
duas decisões em solo italiano: no
Torneio Vale D'Aosta, em junho,
e no Grand Prix, em Reggio Calabria, no primeiro dia deste mês.
E o técnico italiano curvou-se:
"O Brasil teve mérito, jogou muito bem no tie-break. É um dos
melhores times do mundo".
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