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BASQUETE
Adversárias fazem projeções para evitar legítimo time dos sonhos nos mata-matas
Distância do Dream Team consola Brasil após perda da invencibilidade
DOS ENVIADOS A ATENAS
A metamorfose está nos jornais
americanos, nas entrevistas dos
atletas e, motivo de choque para o
basquete, principalmente na quadra. Pode ser circunstancial. Mas
pode também ser histórica. Em
Atenas, o verdadeiro Dream
Team joga de elástico no cabelo. É
a seleção feminina dos EUA.
Liderada pela armadora Dawn
Staley, porta-bandeira do país na
cerimônia de abertura dos Jogos,
a equipe venceu com facilidade as
três partidas que disputou. A ponto de as rivais já fazerem contas
para evitá-la no mata-mata.
Foi o que aconteceu ontem, no
ginásio Helliniko. Após os EUA
fazerem 80 a 57 na Coréia do Sul,
o Brasil perdeu para a Rússia, por
77 a 67. Mas não acusou o baque.
Com o resultado, a equipe de
Antonio Carlos Barbosa caiu para
a terceira colocação do grupo. E,
se mantiver o posto, deve enfrentar Espanha ou República Tcheca
nas quartas-de-final. Caso vença,
pegará Rússia ou Austrália na semifinal. Os EUA, apenas em uma
eventual decisão pelo ouro.
"Qualquer equipe será difícil.
Mas pelo menos escapamos da semifinal com os EUA. O verdadeiro Dream Team é o feminino",
consolou-se Barbosa.
Enquanto isso, o masculino virou motivo de chacota: em Atenas, ganhou o apelido de "Scream
Team". Em tradução livre, algo
como "time do susto."
Até agora, foram duas partidas.
Uma derrota para Porto Rico, a
primeira em Olimpíadas desde
Seul-88, e uma difícil vitória diante da Grécia. Hoje, a equipe, que
desde Barcelona-92 é formada
por profissionais da NBA, enfrentará a Austrália.
"O basquete é o futebol da minha geração. É assistido e praticado no mundo todo. Não estou
surpreso com as dificuldades. os
times que enfrentamos jogam
juntos há anos. Nós, há três, quatro semanas", afirmou Lamar
Odon, do Miami Heat.
As diferenças começaram antes
mesmo dos Jogos. "Conversamos
com 12 jogadoras e as 12 aceitaram na hora", diz Renee Brown,
que participou do processo de
convocação do time feminino. Já
na seleção masculina, a situação
foi a oposta. No total, 14 estrelas
da NBA declinaram o convite.
Mais: a equipe de Lisa Leslie e
Tina Thompson, honrando o
apelido que caiu em desuso no
masculino, é bicampeã olímpica e
mundial. Nas quatro conquistas,
não sofreu uma derrota.
Os homens, por sua vez, vêm do
maior vexame já sofrido por sua
seleção: em 2002, em Indianápolis, obteve a pior colocação de sua
história, um sext lugar no Campeonato Mundial.
Pode não ter sido o último.
(FÁBIO SEIXAS E ADALBERTO LEISTER FILHO)
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