São Paulo, quinta-feira, 19 de agosto de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BASQUETE

Adversárias fazem projeções para evitar legítimo time dos sonhos nos mata-matas

Distância do Dream Team consola Brasil após perda da invencibilidade

DOS ENVIADOS A ATENAS

A metamorfose está nos jornais americanos, nas entrevistas dos atletas e, motivo de choque para o basquete, principalmente na quadra. Pode ser circunstancial. Mas pode também ser histórica. Em Atenas, o verdadeiro Dream Team joga de elástico no cabelo. É a seleção feminina dos EUA.
Liderada pela armadora Dawn Staley, porta-bandeira do país na cerimônia de abertura dos Jogos, a equipe venceu com facilidade as três partidas que disputou. A ponto de as rivais já fazerem contas para evitá-la no mata-mata.
Foi o que aconteceu ontem, no ginásio Helliniko. Após os EUA fazerem 80 a 57 na Coréia do Sul, o Brasil perdeu para a Rússia, por 77 a 67. Mas não acusou o baque.
Com o resultado, a equipe de Antonio Carlos Barbosa caiu para a terceira colocação do grupo. E, se mantiver o posto, deve enfrentar Espanha ou República Tcheca nas quartas-de-final. Caso vença, pegará Rússia ou Austrália na semifinal. Os EUA, apenas em uma eventual decisão pelo ouro.
"Qualquer equipe será difícil. Mas pelo menos escapamos da semifinal com os EUA. O verdadeiro Dream Team é o feminino", consolou-se Barbosa.
Enquanto isso, o masculino virou motivo de chacota: em Atenas, ganhou o apelido de "Scream Team". Em tradução livre, algo como "time do susto."
Até agora, foram duas partidas. Uma derrota para Porto Rico, a primeira em Olimpíadas desde Seul-88, e uma difícil vitória diante da Grécia. Hoje, a equipe, que desde Barcelona-92 é formada por profissionais da NBA, enfrentará a Austrália.
"O basquete é o futebol da minha geração. É assistido e praticado no mundo todo. Não estou surpreso com as dificuldades. os times que enfrentamos jogam juntos há anos. Nós, há três, quatro semanas", afirmou Lamar Odon, do Miami Heat.
As diferenças começaram antes mesmo dos Jogos. "Conversamos com 12 jogadoras e as 12 aceitaram na hora", diz Renee Brown, que participou do processo de convocação do time feminino. Já na seleção masculina, a situação foi a oposta. No total, 14 estrelas da NBA declinaram o convite.
Mais: a equipe de Lisa Leslie e Tina Thompson, honrando o apelido que caiu em desuso no masculino, é bicampeã olímpica e mundial. Nas quatro conquistas, não sofreu uma derrota.
Os homens, por sua vez, vêm do maior vexame já sofrido por sua seleção: em 2002, em Indianápolis, obteve a pior colocação de sua história, um sext lugar no Campeonato Mundial.
Pode não ter sido o último. (FÁBIO SEIXAS E ADALBERTO LEISTER FILHO)


Texto Anterior: Atletismo: Jadel realiza seus primeiros saltos nos Jogos
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.