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Prova mais veloz repete 9s77 pela terceira vez
Na Suíça, Asafa Powell, o 1º a registrar marca, de novo crava tempo nos 100 m
Americano Justin Gatlin, maior rival do jamaicano, também havia conseguido o recorde, mas pode perdê-lo por ter caído em antidoping
DA REPORTAGEM LOCAL
O recorde mundial dos 100 m
nunca esteve tão associado a
uma marca: 9s77. Esse foi o
tempo de Asafa Powell ontem
na Liga de Ouro de Zurique. Foi
a quarta vez na história que um
atleta conseguiu cumprir a distância nesse pequeno período.
"Não poderia esperar algo
melhor. Não tenho o que lamentar nesta prova", festejou.
Mas é possível superar a
marca já quase cabalística de
9s77? "Espero que sim", diz.
O jamaicano já havia conseguido, duas vezes, atingir o recorde. Esse tempo também faz
parte do currículo de seu principal adversário, Justin Gatlin.
O norte-americano, no entanto, pode ver seu feito apagado dos registros históricos. Em
abril, um teste antidoping a que
fora submetido nos EUA acusou alto nível de testosterona.
No mês seguinte, Gatlin foi
pivô de nova polêmica. No SuperGP de Doha (Qatar), cravou
9s76, novo recorde mundial.
Era o auge para um velocista
que já ganhara o ouro olímpico
em Atenas-04, e o mundial, em
Helsinque-05 -façanhas que
Powell ainda não conseguiu.
Dias depois, porém, a empresa encarregada da cronometragem corrigiu o erro, dizendo
que, na verdade, Gatlin só igualara o feito de Powell, com 9s77.
Com a nova marca, o jamaicano se torna a grande aposta
para resgatar o brilhantismo da
principal disputa do atletismo.
Quando cravou o recorde pela primeira vez, no GP de Atenas, em 14 de junho de 2005,
Powell evitou que a Iaaf (entidade que comanda o esporte)
passasse pelo vexame de destituir um recordista mundial.
O jamaicano superou a marca de Tim Montgomery (9s78).
Seis meses depois, o americano
acabou punido por envolvimento com o laboratório Balco,
pivô do maior escândalo de doping do atletismo dos EUA.
Para ratificar sua superioridade, Powell igualou os 9s77
pela primeira vez em junho, no
GP de Gateshead (Inglaterra).
Ontem, atingiu a marca de novo, em uma corrida épica, que
começou bem antes da largada.
Na Inglaterra, dias antes do
evento, ele enfrentou dificuldades para chegar a Zurique. O
velocista estava no país quando
as autoridades emitiram comunicado de alerta máximo contra iminente ameaça terrorista.
Sem condição de embarcar
devido aos problemas nos aeroportos ingleses, Powell optou
por viajar de trem, passando
por Londres, Paris e Lyon.
"Estou muito feliz", resumiu,
esgotado, após a difícil jornada.
Foi a décima vez na temporada que o jamaicano correu os
100 m em menos de 10s.
Os bons resultados o colocam ainda no páreo para a premiação de US$ 1 milhão dividida entre os vencedores de todas
as etapas da Liga de Ouro, que
reúne os seis principais GPs do
calendário do atletismo. Powell
foi absoluto em Oslo, Paris, Roma e Zurique. Terá que repetir
o feito em Bruxelas, na próxima
sexta, e em Berlim, em setembro.
(ADALBERTO LEISTER FILHO)
Com agências internacionais
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