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FUTEBOL
Time de Levir Culpi é derrotado pela Ponte Preta, em Campinas, cai para último na classificação e agrava a crise
Palmeiras já está na lanterna do Brasileiro
EDUARDO ARRUDA
ENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS
O Palmeiras chegou ao fundo
do poço. Com a nova derrota, ontem, para a Ponte Preta, por 2 a 0,
em Campinas, o time do Parque
Antarctica agora é o último colocado no Campeonato Brasileiro,
com sete pontos em 11 jogos.
A equipe de Levir Culpi tem o
mesmo número de pontos que o
Paysandu, que ontem empatou
com o Coritiba, mas com uma vitória a menos que o time paraense, que só disputou nove partidas.
Foi a oitava jornada sem vitória
do Palmeiras, que até agora só ganhou um jogo no Nacional, empatou quatro e perdeu seis vezes
-é a pior campanha do clube em
sua história no torneio.
Com o time na zona de rebaixamento, os torcedores palmeirenses voltaram a pedir a renúncia do
presidente Mustafá Contursi.
Depois do jogo, Contursi, que
acompanhou a delegação a Campinas, desabafou no vestiário.
"Acho que não são justas as críticas contra mim, mas as considero compreensíveis", disse o dirigente, que afirmou ter o Palmeiras um elenco poderoso e, segundo ele, um dos melhores do Brasil.
Ainda ontem, mas antes da partida, um manifesto assinado por
grupos de oposição do clube e torcedores foi entregue aos jogadores e à comissão técnica. O documento era um apelo para a superação da fase ruim. Lembrava recuperações históricas.
Em campo, Culpi tentou afastar
a crise "fechando" sua equipe
com três zagueiros. Só funcionou
no primeiro tempo. No segundo,
dois gols de pênalti, um deles
marcado incorretamente, fizeram
desmoronar o time palmeirense.
A equipe até deu uma boa impressão no começo. Com Rubens
Cardoso e Leonardo como alas e
os atacantes Dodô e Nenê marcando a saída de bola do time da
casa, os palmeirenses tentavam
encurralar o rival.
Mas havia o outro lado da moeda. As subidas dos alas deixavam
espaços na defesa palmeirense.
Principalmente no lado esquerdo.
Por ali, a Ponte Preta, do técnico
Oswaldo Alvarez, criava suas melhores oportunidades, mas nada
que pudesse representar muito
perigo para Marcos.
Aos poucos, porém, as duas
equipes acertaram a marcação, e
as chances de gol minguaram.
Segundo o Datafolha, foram só
nove finalizações no primeiro
tempo -sete do Palmeiras.
Sem homens de criação, os dois
times erravam muitos passes (foram 42 palmeirenses contra 33
dos rivais), abusavam das faltas
(36 na primeira etapa) e ficavam
disputando bolas no meio-campo, congestionado.
Mas, aos 33min, o Palmeiras assustou o time da casa, em um contra-ataque rápido puxado por Juninho, que, da entrada da área,
acertou a travessão de Hiran.
Antes do final, o time de Levir
Culpi ainda teve outra chance,
com Rubens Cardoso, que cabeceou para fora após cruzamento
de Juninho pela direita.
"Ainda precisamos melhorar
mais, mas foi um avanço importante", afirmou o volante Flávio,
no intervalo, ao comentar a ascensão no sistema defensivo.
Se o Palmeiras precisava melhorar, a Ponte Preta também. E melhorou. Oswaldo Alvarez tirou o
atrapalhado Daniel e colocou Luciano. E Hernani entrou no lugar
de Macedo.
Aos 10min, o árbitro Edílson Pereira de Carvalho marcou pênalti
do goleiro Marcos em Adrianinho, que passou pelo goleiro e se
atirou ao chão. Na cobrança, um
minuto depois, Elivélton fez 1 a 0
para a Ponte Preta.
O gol desmontou o Palmeiras e
o esquema com três zagueiros de
Levir Culpi, que se viu obrigado a
mexer no time. Ele tirou Tiago
Mathias e colocou Lopes.
Não adiantou. Novo contra-ataque e os campineiros chegaram
ao segundo gol. Hernani apareceu
livre na área, na frente de Marcos.
Desta vez o goleiro derrubou o
atacante. Pênalti, que Elivélton, de
novo, converteu, aos 18min.
A partir daí, a Ponte passou a
aproveitar os contragolpes oferecidos pelo desestruturado Palmeiras, que tentava o gol desesperadamente, mas sem sucesso.
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