São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Time de Levir Culpi é derrotado pela Ponte Preta, em Campinas, cai para último na classificação e agrava a crise

Palmeiras já está na lanterna do Brasileiro

EDUARDO ARRUDA
ENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS

O Palmeiras chegou ao fundo do poço. Com a nova derrota, ontem, para a Ponte Preta, por 2 a 0, em Campinas, o time do Parque Antarctica agora é o último colocado no Campeonato Brasileiro, com sete pontos em 11 jogos.
A equipe de Levir Culpi tem o mesmo número de pontos que o Paysandu, que ontem empatou com o Coritiba, mas com uma vitória a menos que o time paraense, que só disputou nove partidas.
Foi a oitava jornada sem vitória do Palmeiras, que até agora só ganhou um jogo no Nacional, empatou quatro e perdeu seis vezes -é a pior campanha do clube em sua história no torneio.
Com o time na zona de rebaixamento, os torcedores palmeirenses voltaram a pedir a renúncia do presidente Mustafá Contursi.
Depois do jogo, Contursi, que acompanhou a delegação a Campinas, desabafou no vestiário.
"Acho que não são justas as críticas contra mim, mas as considero compreensíveis", disse o dirigente, que afirmou ter o Palmeiras um elenco poderoso e, segundo ele, um dos melhores do Brasil.
Ainda ontem, mas antes da partida, um manifesto assinado por grupos de oposição do clube e torcedores foi entregue aos jogadores e à comissão técnica. O documento era um apelo para a superação da fase ruim. Lembrava recuperações históricas.
Em campo, Culpi tentou afastar a crise "fechando" sua equipe com três zagueiros. Só funcionou no primeiro tempo. No segundo, dois gols de pênalti, um deles marcado incorretamente, fizeram desmoronar o time palmeirense.
A equipe até deu uma boa impressão no começo. Com Rubens Cardoso e Leonardo como alas e os atacantes Dodô e Nenê marcando a saída de bola do time da casa, os palmeirenses tentavam encurralar o rival.
Mas havia o outro lado da moeda. As subidas dos alas deixavam espaços na defesa palmeirense. Principalmente no lado esquerdo. Por ali, a Ponte Preta, do técnico Oswaldo Alvarez, criava suas melhores oportunidades, mas nada que pudesse representar muito perigo para Marcos.
Aos poucos, porém, as duas equipes acertaram a marcação, e as chances de gol minguaram.
Segundo o Datafolha, foram só nove finalizações no primeiro tempo -sete do Palmeiras.
Sem homens de criação, os dois times erravam muitos passes (foram 42 palmeirenses contra 33 dos rivais), abusavam das faltas (36 na primeira etapa) e ficavam disputando bolas no meio-campo, congestionado.
Mas, aos 33min, o Palmeiras assustou o time da casa, em um contra-ataque rápido puxado por Juninho, que, da entrada da área, acertou a travessão de Hiran.
Antes do final, o time de Levir Culpi ainda teve outra chance, com Rubens Cardoso, que cabeceou para fora após cruzamento de Juninho pela direita.
"Ainda precisamos melhorar mais, mas foi um avanço importante", afirmou o volante Flávio, no intervalo, ao comentar a ascensão no sistema defensivo.
Se o Palmeiras precisava melhorar, a Ponte Preta também. E melhorou. Oswaldo Alvarez tirou o atrapalhado Daniel e colocou Luciano. E Hernani entrou no lugar de Macedo.
Aos 10min, o árbitro Edílson Pereira de Carvalho marcou pênalti do goleiro Marcos em Adrianinho, que passou pelo goleiro e se atirou ao chão. Na cobrança, um minuto depois, Elivélton fez 1 a 0 para a Ponte Preta.
O gol desmontou o Palmeiras e o esquema com três zagueiros de Levir Culpi, que se viu obrigado a mexer no time. Ele tirou Tiago Mathias e colocou Lopes.
Não adiantou. Novo contra-ataque e os campineiros chegaram ao segundo gol. Hernani apareceu livre na área, na frente de Marcos. Desta vez o goleiro derrubou o atacante. Pênalti, que Elivélton, de novo, converteu, aos 18min.
A partir daí, a Ponte passou a aproveitar os contragolpes oferecidos pelo desestruturado Palmeiras, que tentava o gol desesperadamente, mas sem sucesso.


Texto Anterior: O que ver na TV
Próximo Texto: Pentacampeão pede para sair do time
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.