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AUTOMOBILISMO
País comunista, que recebe a categoria pela primeira vez no próximo domingo, altera sua lei às pressas
China copia Brasil e "relibera" tabaco na F-1
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
A China seguiu uma receita que
deu certo no Brasil e resolveu
abrir uma exceção. O primeiro
GP de F-1 no país, que acontece
no próximo domingo, em Xangai,
verá carenagens de carros estampadas com marcas de cigarros.
Em maio, a cidade anunciara
que todo tipo de propaganda tabagista estava banida da corrida,
no moderno e caro (US$ 240 milhões) circuito chinês -fazer publicidade já era proibido em eventos esportivos no país comunista.
"Como a política da F-1 permite
propaganda de cigarro até 2006,
veremos essas marcas em carros e
uniformes na China, infelizmente", declarou Burke Fishburn,
coordenador regional da Organização Mundial da Saúde.
A lei anti-tabaco varia de cidade
para cidade na China. Em Xangai
e Pequim, por exemplo, a propaganda é proibida. Em Tianjin,
permitida só em outdoors.
"Primeiro vamos seguir leis chinesas. Depois, respeitaremos práticas internacionais", disse Cao
Bin, executivo de marketing do
Circuito Internacional de Xangai.
O principal motivo para os chineses insistirem na permissão da
propaganda tabagista para a F-1 é
o fato de terem sido escolhidos
para receber uma etapa do Mundial justamente por não serem totalmente fechados a essa prática.
De alguns anos para cá, a categoria vem buscando refúgio em
mercados que não proíbam a publicidade de sua maior fonte de
renda. Países como Rússia, Índia,
Hong Kong e Emirados Árabes se
enfileiram para abrigar a categoria e seguir o mesmo caminho de
Bahrein e Malásia, por exemplo.
"Os chineses provavelmente
poderiam ter forçado um pouco
mais, mas acredito que como eles
ainda são relativamente novos no
mundo da F-1, preferiram não arriscar", declarou Fishburn. "Esse
realmente é um problema, já que
a proibição a esse tipo de propaganda na categoria só tem efeito
em 2006. Se você pensar, temos
um grande conflito de interesses."
Na Europa, a propaganda tabagista já é proibida em outdoors,
pontos-de-venda e nas TVs. A F-1
é, hoje, a única saída para os fabricantes. No Brasil, a publicidade de
cigarro no GP está liberada até 31
de julho do ano que vem, graças à
medida provisória 118, editada
pelo presidente Luiz Inácio Lula
da Silva em março de 2003 e que
liberou a publicidade de cigarro
durante eventos esportivos.
Desde o ano passado a F-1 tem
feito vistas grossas ao banimento
da propaganda tabagista. Em
princípio, havia decidido que sua
proibição valeria a partir de 31 de
julho de 2005, data estipulada para coincidir com o da União Européia. Mais tarde, a adoção da medida foi adiada para 1º de outubro
2006, um acerto feito entre Max
Mosley, presidente da FIA, com a
Organização Mundial da Saúde.
Muitos países -a China inclusive- têm aderido ao acordo antitabaco da OMS, que prevê, entre
outras coisas, a restrição de publicidade em eventos esportivos.
Hoje, cinco das dez equipes da
categoria são patrocinadas por fabricantes de tabaco: Ferrari, Jordan, McLaren, Renault e BAR.
Com agências internacionais
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