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Mancha pode reassumir antiga sede
Após remoção de pessoas sem teto, prefeitura estuda devolver galpão na Barra Funda à organizada
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Subprefeitura da Lapa estuda devolver à organizada
Mancha Alviverde o galpão de
onde foi desalojada há cerca de
dois anos, segundo a Folha
apurou. O local, de propriedade
do município, vinha sendo ocupado por um grupo de pessoas
sem teto vindo do Cambuci.
A reportagem esteve no galpão e verificou que o grupo sem
teto foi retirado de lá. O local,
que ainda traz pintado nas paredes ""Mancha Verde", foi limpo, lacrado e parece pronto para ser reocupado. A Mancha Alviverde foi retirada do local pela prefeitura, pois ocupava de
maneira irregular o galpão.
Foi mais um capítulo do atribulado histórico entre as organizadas e o poder público, que
atingiu o ápice em 1995, quando, por iniciativa do Ministério
Público, as organizadas Mancha Verde (do Palmeiras) e Independente (do São Paulo) foram extintas depois que batalha campal no Pacaembu teve
como saldo a morte de um torcedor. As torcidas organizadas,
então, tiveram de ser rebatizadas para prosseguir na ativa.
Até hoje o poder público busca uma forma de coibir a violência entre as organizadas.
Trabalhadores da área de reciclagem que ficam no galpão
anexo àquele já desocupado dizem que a Mancha Alviverde já
avisou que voltará para lá.
""Primeiro, a subprefeitura
esteve aqui e tirou o pessoal do
galpão ao lado. Há 30 dias,
aquele [Paulo] Serdan, [da liderança] da Mancha, esteve aqui
e falou que está voltando. Ele
falou que os moradores de rua
que estavam alojados aqui ao
lado receberam indenização e
foram embora", afirmou Ezequiel Dutra, diretor administrativo da Coopersoma, cooperativa de reciclagem de lixo.
""Mas, antes de ir embora, o
Serdan disse que a subprefeitura é que decidirá o que fará com
esse [galpão] onde estamos."
Outra pessoa ligada à cooperativa questionou por que está
sendo instalado um relógio de
luz no galpão ao lado e o local
onde trabalham não conta com
eletricidade, água ou banheiro.
Procurada desde segunda-feira pela reportagem, a subprefeita da Lapa, Luiza Nagib
Elouf, não quis se pronunciar
-tampouco seu chefe-de-gabinete, Eloi Murari, presidente
do diretório zonal da Lapa do
Partido Verde. Um assessor do
gabinete disse que não poderia
dizer se a Mancha Alviverde
voltará ou não ao galpão.
Ele justificou que o destino
do local ""está em estudo" e que
a subprefeita apenas se pronunciará após sua conclusão.
Serdan, que disputou as eleições a deputado estadual pelo
Partido Verde, nega que tenha
dito que a Mancha voltará ao
local, mas admite que visitou o
galpão e, após criticar a antiga
administração da subprefeitura, admitiu conhecer Murari.
""Fui lá para ver o estado em
que ficou o local após os sem-teto saírem, pois investimos R$
2,3 milhões lá. E, de fato, conheço o Eloi, mas não quer dizer que ele está fazendo favores
para a gente", afirmou Serdan.
""E o galpão serviria para a escola de samba [Mancha Verde],
não para a [torcida] Mancha
Alviverde. Você pode até dizer
que os freqüentadores são os
mesmos palmeirenses, mas essa já é uma outra discussão."
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