|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Cupido
Com o prefeito Eduardo Paes como conciliador, Teixeira, da CBF, e Nuzman, do COB, fazem as pazes e se aliam por Copa e Olimpíada
SÉRGIO RANGEL
ITALO NOGUEIRA
DO RIO
Rivais até o final do Mundial da África do Sul, os presidentes da CBF, Ricardo Teixeira, e do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Carlos Arthur Nuzman, colocaram um
ponto final numa das mais
longas disputas travadas nos
bastidores do esporte.
Depois de quase um ano
de "conversa", o prefeito do
Rio, Eduardo Paes (PMDB),
foi o responsável por selar a
paz entre os dirigentes, que
comandam os dois principais eventos internacionais
que o Brasil abrigará nos próximos anos -a Copa de 2014
e Olimpíada de 2016.
Há mais de uma década,
Teixeira e Nuzman não se falavam e trabalharam nos últimos anos de forma independente. Até jogaram contra a candidatura do rival,
nas campanhas do país para
receber as competições.
"Aquela situação não tinha sentido permanecer.
Eles são dois vitoriosos.
Trouxeram para o Brasil os
maiores eventos do mundo.
Por isso, desde a vitória do
Rio no COI [Comitê Olímpico
Internacional, em outubro
do ano passado], venho conversando com cada um para
isso acontecer. Agora, está
tudo integrado", disse Paes.
A desavença entre os cartolas começou em 1995,
quando Nuzman chegou ao
cargo de presidente do COB.
Desde então, eles travam disputa silenciosa por poder.
Mesmo com a CBF filiada
ao comitê de Nuzman, Teixeira se recusava até em participar dos eventos da entidade olímpica para não passar
a impressão de que estaria se
submetendo ao dirigente.
Por ter reunido os mais poderosos cartolas, Paes é cercado de mimos dos dois lados. Há pouco mais de uma
semana, com a ajuda de Teixeira, o prefeito praticamente garantiu que será no Rio o
sorteio das eliminatórias para a Copa do Mundo.
Na cidade também deverão ficar o IBC (centro internacional de mídia) e a sede
da Fifa no Brasil.
O prefeito diz que se valeu
do bom relacionamento que
tem com cada um para fazer
""a ponte" entre os dois. Nos
anos 90, ele foi estagiário do
departamento jurídico da
CBF. ""Já o Nuzman conheço
desde criança por causa do
meu pai. Como prefeito do
Rio também não era interessante ver as duas competições sem integração."
Na quarta-feira, os três fizeram a primeira aparição
pública juntos. Participaram
da cerimônia de detonação
de uma rocha para a construção do túnel da Transoeste,
via que vai ligar Santa Cruz à
Barra da Tijuca, obra prometida aos organizadores dos
Jogos Olímpicos de 2016.
A disputa entre Teixeira e
Nuzman preocupava até o
COI e a Fifa.
"Não sei se fui o cupido,
mas o relacionamento dos
dois está ótimo agora. Eles
estão se amando e se beijando. Uma loucura", brincou o
prefeito carioca.
Texto Anterior: Tostão: A fila anda Próximo Texto: Agora aliado, olímpico diz que gestão para 2014 é "magnífica" Índice | Comunicar Erros
|