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Atleta faz São Paulo perder pontos e encarar Série B
da Reportagem Local
Além da ameaça à seleção brasileira, Sandro Hiroshi também já
causa prejuízo ao São Paulo.
Ontem, no Rio, a Comissão Disciplinar da CBF cassou os pontos
obtidos na goleada do time de 6 a
1 sobre o Botafogo-RJ, em agosto,
decisão que pode gerar uma corrida de outros clubes à Justiça e levar o São Paulo ao rebaixamento.
O jogador recebeu uma suspensão de três jogos, mas o São Paulo
pode recorrer ao Tribunal de Justiça Desportiva da CBF.
A transferência do jogador do
Rio Branco, de Americana, para o
time da capital, ocorrida depois
do Campeonato Paulista-99, é
contestada pelo Tocantinópolis,
clube que revelou o atacante.
Segundo dirigentes do time da
região Norte, atualmente disputando a Série C do Brasileiro, o
Tocantinópolis nunca autorizou a
transferência do atacante para o
clube do interior paulista.
Ciente do fato, os dirigentes do
Botafogo-RJ entraram com um
recurso na Comissão Disciplinar,
que acabou sendo deferido.
A expectativa, agora, é que todos os clubes que tenham enfrentado o São Paulo com o atacante
em campo busquem decisão semelhante -neste Brasileiro, ele
atuou em 16 das 18 partidas do
clube, só faltando nas vitórias
diante de Grêmio e Sport.
No pior cenário, perdendo todos os pontos relativos a esses jogos, o São Paulo já estaria rebaixado para a segunda divisão, mesmo ganhando as três partidas que
lhe restam no campeonato.
Hiroshi foi levado, junto com
outros três jogadores do time de
Tocantins, para fazer testes no
Rio Branco em 1994. Acabou
aprovado e permaneceu no clube,
onde se profissionalizou em 1997,
até a transferência para a capital.
"O jogador ainda nos pertence.
A FTF (Federação Tocantinense
de Futebol) nunca autorizou a
transferência do Sandro Hiroshi
para o Rio Branco", afirma Salim
Milhomem Rodrigues, vice-presidente do Tocantinópolis.
Segundo o dirigente, o próprio
pai do jogador, Takeshi Oi, procurou o clube de Tocantins para
tentar um acordo. "Ele nos ofereceu R$ 30 mil, mas nós queremos
o jogador de volta ou pelo menos
30% do dinheiro da transação
com o São Paulo", diz Rodrigues.
O pai do jogador, procurado em
sua casa no Maranhão, não foi encontrado pela reportagem da Folha para confirmar ou desmentir
as declarações de Rodrigues.
Para os dirigentes do Rio Branco, a situação e a transferência do
jogador são legais. "Ele veio para
o Rio Branco com outra legislação
(anterior à Lei Pelé). Acho toda
esta situação estranha", diz Juraci
Catarino, supervisor do clube.
Para o time de Americana, o jogador foi transferido quando era
amador e antes da promulgação
da Lei Pelé, o que dispensaria a
necessidade de autorização da Federação Tocantinense de Futebol.
Em 1996, o São Paulo também
teve problemas pela inscrição de
um jogador irregular. À época, o
time foi eliminado da Copa do
Brasil por escalar o volante Lima
sem condição de jogo.
(PC)
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