São Paulo, Terça-feira, 19 de Outubro de 1999
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Atleta faz São Paulo perder pontos e encarar Série B

da Reportagem Local

Além da ameaça à seleção brasileira, Sandro Hiroshi também já causa prejuízo ao São Paulo.
Ontem, no Rio, a Comissão Disciplinar da CBF cassou os pontos obtidos na goleada do time de 6 a 1 sobre o Botafogo-RJ, em agosto, decisão que pode gerar uma corrida de outros clubes à Justiça e levar o São Paulo ao rebaixamento.
O jogador recebeu uma suspensão de três jogos, mas o São Paulo pode recorrer ao Tribunal de Justiça Desportiva da CBF.
A transferência do jogador do Rio Branco, de Americana, para o time da capital, ocorrida depois do Campeonato Paulista-99, é contestada pelo Tocantinópolis, clube que revelou o atacante.
Segundo dirigentes do time da região Norte, atualmente disputando a Série C do Brasileiro, o Tocantinópolis nunca autorizou a transferência do atacante para o clube do interior paulista.
Ciente do fato, os dirigentes do Botafogo-RJ entraram com um recurso na Comissão Disciplinar, que acabou sendo deferido.
A expectativa, agora, é que todos os clubes que tenham enfrentado o São Paulo com o atacante em campo busquem decisão semelhante -neste Brasileiro, ele atuou em 16 das 18 partidas do clube, só faltando nas vitórias diante de Grêmio e Sport.
No pior cenário, perdendo todos os pontos relativos a esses jogos, o São Paulo já estaria rebaixado para a segunda divisão, mesmo ganhando as três partidas que lhe restam no campeonato.
Hiroshi foi levado, junto com outros três jogadores do time de Tocantins, para fazer testes no Rio Branco em 1994. Acabou aprovado e permaneceu no clube, onde se profissionalizou em 1997, até a transferência para a capital.
"O jogador ainda nos pertence. A FTF (Federação Tocantinense de Futebol) nunca autorizou a transferência do Sandro Hiroshi para o Rio Branco", afirma Salim Milhomem Rodrigues, vice-presidente do Tocantinópolis.
Segundo o dirigente, o próprio pai do jogador, Takeshi Oi, procurou o clube de Tocantins para tentar um acordo. "Ele nos ofereceu R$ 30 mil, mas nós queremos o jogador de volta ou pelo menos 30% do dinheiro da transação com o São Paulo", diz Rodrigues.
O pai do jogador, procurado em sua casa no Maranhão, não foi encontrado pela reportagem da Folha para confirmar ou desmentir as declarações de Rodrigues.
Para os dirigentes do Rio Branco, a situação e a transferência do jogador são legais. "Ele veio para o Rio Branco com outra legislação (anterior à Lei Pelé). Acho toda esta situação estranha", diz Juraci Catarino, supervisor do clube.
Para o time de Americana, o jogador foi transferido quando era amador e antes da promulgação da Lei Pelé, o que dispensaria a necessidade de autorização da Federação Tocantinense de Futebol.
Em 1996, o São Paulo também teve problemas pela inscrição de um jogador irregular. À época, o time foi eliminado da Copa do Brasil por escalar o volante Lima sem condição de jogo. (PC)



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