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São Paulo, domingo, 19 de outubro de 2003

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Sucesso no país, cruzeirense tem currículo pífio no exterior

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os números não deixam dúvida. Wanderley Luxemburgo é cidadão do Brasil, não do mundo.
A história dele como técnico no Brasileiro é rica: 300 jogos e 150 vitórias. Dos treinadores com número significativo de partidas, é o que tem melhor aproveitamento de vitórias (50%). O retrospecto dele no exterior, porém, é ridículo. Venceu apenas um jogo oficial fora do país à frente de clubes.
Luxemburgo tem tudo para se tornar neste ano o primeiro técnico com quatro títulos do Nacional (1993, 1994, 1998 e 2003). E deve ficar só atrás de Telê Santana em número de vitórias no torneio.
Outra façanha será conquistar na mesma temporada a Copa do Brasil e o Brasileiro, algo inédito.
Como Michael Schumacher, o treinador do Cruzeiro é ameaça a todos os recordes. Mas, diferentemente do piloto alemão, ele carrega a sina de profissional caseiro.
Libertadores, Supercopa, Copa Mercosul. Seja com um poderoso Palmeiras, com um Santos tão respeitado no exterior ou com um Corinthians apoiado por ricas empresas, Luxemburgo quebrou a cara feio longe da fronteira.
Em 2001, quando teve seu único sucesso fora (2 a 0 no Colo Colo, em Santiago), viveu seu ápice no exterior com clubes -seu Corinthians foi eliminado na semifinal da Mercosul após sofrer uma goleada de 4 a1 do San Lorenzo.
No Brasil, um festival de conquistas. Ganhou cinco Paulistas, um no Bragantino, três no Palmeiras e um no Corinthians. Foi campeão duas vezes do Rio-São Paulo, conquistou o Mineiro, a Taça Guanabara e até o Capixaba.
Em 93, venceu tudo no país e tirou o Palmeiras da fila, mas, na Espanha, deixou o Ramón de Carranza com o Cádiz, perdeu no Santiago Bernabéu para o Real Madrid e caiu ante o Valladolid.
Em excursões, conseguiu algumas vitórias, mas contra equipes frágeis ou pouco famosas, como Quanxing, Taishan, Bardford e Wolverhampton. Na Europa, seu resultado mais expressivo foi um 2 a 2 com o norueguês Rosenborg.
Enfrentou a Colômbia em 1994, ano em que a seleção de Valderrama deu vexame na Copa. Com o Palmeiras, perdeu de 3 a 0.
Na seleção brasileira, Luxemburgo manteve o estigma caseiro. Venceu o Pré-Olímpico no Brasil, mas teve fracasso retumbante nos Jogos de Sydney. Ganhou em 1999 uma Copa América cheia de rivais com times B, e a seleção mal saiu de casa -a disputa foi no Paraguai, mas o time ficava em Foz do Iguaçu. Perdeu amistoso da Coréia do Sul, caiu na final da Copa das Confederações e, nas eliminatórias, tomou até de 3 a 0 do Chile.



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