São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 2006

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Seleção alcança melhor resultado em Mundiais

Com o 7º lugar, ginastas superaram feito de 2003 e prevêem medalha no futuro

Em final cheia de surpresas, Brasil perde chance de ir ao pódio após registrar três quedas na trave e vê EUA ficarem atrás das chinesas

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção brasileira feminina de ginástica artística conquistou ontem seu melhor resultado na história dos Mundiais. Mas deixou o gosto de que pode dar saltos ainda maiores.
Isso porque, após terem se classificado em sétimo lugar entre 34 equipes na 1ª fase, as brasileiras chegaram a estar na quinta colocação na final, tendo já cumprido três aparelhos (solo, salto e paralelas assimétricas). Mas, com falhas na trave, o país perdeu duas posições.
"Nunca estivemos tão perto do pódio por equipes. Mas erramos, e a ginástica é um esporte que não perdoa erros. Mesmo assim, deixamos a competição com um resultado histórico", afirma Eliane Martins, supervisora de seleções da Confederação Brasileira de Ginástica.
O sétimo lugar conquistado ontem, quando somou 172,975 pontos, é o melhor resultado obtido por uma equipe brasileira desde a fundação da CBG, em 25 de novembro de 1978.
A marca supera o feito de 2003, em Anaheim (EUA), quando pela primeira vez o país chegou à decisão por equipes e terminou em oitavo lugar.
"Antes, a gente procurava o Brasil de baixo para cima na tabela de classificação dos Mundiais. Basta ver que em 95 ficamos em 21º. Agora é diferente, já conquistamos um lugar entre as melhores", afirma Eliane.
Uma das razões para o otimismo é que, ao ficar somente a 4,35 pontos da terceira colocada, a Rússia, a seleção mostrou que pode lutar por um lugar no pódio nos próximos Mundiais, quando estará reforçada pelas atletas que hoje estão na equipe juvenil, entre elas Jade Barbosa, que foi a primeira a apresentar no Brasil o duplo twist esticado de Daiane dos Santos.
"Agora nossa mentalidade mudou. Para o próximo ano, o trabalho será diferente. Antes, buscávamos uma vaga entre as 24 melhores. Agora, lutaremos por medalhas. E a entrada das sete meninas que estão em Curitiba irá melhorar muito o nível da equipe", diz a dirigente.
Apesar de duas quedas de Bruna da Costa e uma de Laís Souza na trave, que tiraram do país pelo menos 2,4 pontos -a diferença para a Romênia, quarta colocada, foi de 2,475-, a seleção festejou a melhora de Daiane no solo. Ontem, no tablado do NRGi Arena, quando o júri se mostrou mais severo, a gaúcha tirou 15,150. Na 1ª fase, quando obteve vaga na final de sábado, ela ficou com 15,050.
Além do desempenho do Brasil, a final de ontem foi marcada por surpresas. A primeira delas, o fato de a seleção da Romênia, potência que revelou Nadia Comaneci (dona da primeira nota 10 em Olimpíadas), ter ficado fora do pódio pela primeira vez desde 1983.
E a maior de todas foi os EUA, favoritos, terem perdido o título. Com a perda de pelo menos 1,6 ponto com a queda de uma atleta no salto e uma da atual campeã mundial do individual geral, Chellsie Memmel, nas paralelas, as americanas amargaram a segunda colocação, 0,850 ponto atrás da China, que venceu com 182,200.


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