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Seleção alcança melhor resultado em Mundiais
Com o 7º lugar, ginastas superaram feito de 2003 e prevêem medalha no futuro
Em final cheia de surpresas, Brasil perde chance de ir ao pódio após registrar três quedas na trave e vê EUA
ficarem atrás das chinesas
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
A seleção brasileira feminina
de ginástica artística conquistou ontem seu melhor resultado na história dos Mundiais.
Mas deixou o gosto de que pode
dar saltos ainda maiores.
Isso porque, após terem se
classificado em sétimo lugar
entre 34 equipes na 1ª fase, as
brasileiras chegaram a estar na
quinta colocação na final, tendo já cumprido três aparelhos
(solo, salto e paralelas assimétricas). Mas, com falhas na trave, o país perdeu duas posições.
"Nunca estivemos tão perto
do pódio por equipes. Mas erramos, e a ginástica é um esporte
que não perdoa erros. Mesmo
assim, deixamos a competição
com um resultado histórico",
afirma Eliane Martins, supervisora de seleções da Confederação Brasileira de Ginástica.
O sétimo lugar conquistado
ontem, quando somou 172,975
pontos, é o melhor resultado
obtido por uma equipe brasileira desde a fundação da CBG,
em 25 de novembro de 1978.
A marca supera o feito de
2003, em Anaheim (EUA),
quando pela primeira vez o país
chegou à decisão por equipes e
terminou em oitavo lugar.
"Antes, a gente procurava o
Brasil de baixo para cima na tabela de classificação dos Mundiais. Basta ver que em 95 ficamos em 21º. Agora é diferente,
já conquistamos um lugar entre as melhores", afirma Eliane.
Uma das razões para o otimismo é que, ao ficar somente a
4,35 pontos da terceira colocada, a Rússia, a seleção mostrou
que pode lutar por um lugar no
pódio nos próximos Mundiais,
quando estará reforçada pelas
atletas que hoje estão na equipe
juvenil, entre elas Jade Barbosa, que foi a primeira a apresentar no Brasil o duplo twist esticado de Daiane dos Santos.
"Agora nossa mentalidade
mudou. Para o próximo ano, o
trabalho será diferente. Antes,
buscávamos uma vaga entre as
24 melhores. Agora, lutaremos
por medalhas. E a entrada das
sete meninas que estão em Curitiba irá melhorar muito o nível da equipe", diz a dirigente.
Apesar de duas quedas de
Bruna da Costa e uma de Laís
Souza na trave, que tiraram do
país pelo menos 2,4 pontos -a
diferença para a Romênia,
quarta colocada, foi de 2,475-,
a seleção festejou a melhora de
Daiane no solo. Ontem, no tablado do NRGi Arena, quando o
júri se mostrou mais severo, a
gaúcha tirou 15,150. Na 1ª fase,
quando obteve vaga na final de
sábado, ela ficou com 15,050.
Além do desempenho do
Brasil, a final de ontem foi marcada por surpresas. A primeira
delas, o fato de a seleção da Romênia, potência que revelou
Nadia Comaneci (dona da primeira nota 10 em Olimpíadas),
ter ficado fora do pódio pela
primeira vez desde 1983.
E a maior de todas foi os
EUA, favoritos, terem perdido
o título. Com a perda de pelo
menos 1,6 ponto com a queda
de uma atleta no salto e uma da
atual campeã mundial do individual geral, Chellsie Memmel,
nas paralelas, as americanas
amargaram a segunda colocação, 0,850 ponto atrás da China, que venceu com 182,200.
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