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Na 1ª final pós-queda, Diego alarga seca no solo
Atleta é superado por rival de Pequim e acaba com a prata na Copa em Glasgow
Nervoso, ginasta fica sem o ouro, assim como Daiane no primeiro evento depois de Atenas-2004, mas afirma
ter cumprido três objetivos
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
Parecia filme repetido. Assim
como Daiane dos Santos após o
revés na Olimpíada de Atenas-2004, o ginasta Diego Hypólito
deixou escapar o ouro em sua
primeira competição depois da
queda nos Jogos de Pequim.
Ontem, nas finais da etapa da
Copa do Mundo em Glasgow,
ele foi superado pelo israelense
Alexander Shatilov no solo e ficou com a prata, amargando
seu maior jejum de vitórias em
provas oficiais fora do país numa temporada desde 2005,
quando foi campeão mundial,
mas passou a maior parte do
ano recuperando-se de lesão.
"O importante não era o resultado, e sim acertar a série,
pois estava muito nervoso antes de competir, o que não costuma acontecer comigo", disse
o brasileiro, que era favorito.
Terceiro a se exibir no tablado do Kelvin Hall, Diego tirou
15,525, abaixo de seu escore na
classificatória (15,675). E ficou
0,1 ponto atrás de Shatilov, justo o único rival em atividade a
quem superou na final do solo
em Pequim, quando foi sexto
-o israelense ficou em oitavo.
O rival de 21 anos já perdera
para o brasileiro em maio, na
etapa de Moscou, quando, em
sexto, viu Diego levar a prata.
O resultado em Glasgow deve-se à tática dos ginastas. Enquanto o brasileiro baixou a nota de partida da 1ª fase para a final de 16,60 para 16,50, o israelense a elevou de 16,20 para
16,50. A nota de partida é o máximo que o atleta pode atingir.
Apesar de ter exorcizado a
acrobacia que derrubou na China, o duplo twist grupado, Diego não repetiu ontem todos os
elementos da série olímpica.
"Não era preciso colocar toda a
dificuldade agora, por isso simplifiquei o que fiz na classificatória. A meta é fazer todas as dificuldades em Madri", disse ele.
A capital espanhola abrigará
em dezembro a finalíssima da
Copa, que terá os oito mais bem
colocados no ranking mundial.
Na obsessão por apagar a
imagem deixada na final olímpica, Diego, 22, pareceu seguir
o roteiro de Daiane na primeira
prova fora do país após a derrocada em Atenas. Em novembro
de 2004, a gaúcha, após liderar
a 1ª fase, também tirou nota
mais baixa na final e acabou em
terceiro na Copa em Stuttgart.
Apesar de jejum de ouro, Diego Hypólito alcançou seu 17º
pódio na Copa -é o atleta do
país mais premiado no evento.
E ampliou a liderança no ranking de solo -somará 40 pontos aos 555,72 que já ostenta.
"Não gosto de perder. No
Brasil, infelizmente, só dão valor para o ouro. Mas o importante é não perder o foco."
Ele diz ter cumprido três metas no que definiu ser o "recomeço" da carreira. A primeira
foi ter voltado a atuar no solo,
aliviando a ansiedade. A segunda deve-se à melhora no ritmo
de competição. E a terceira foi
ter somado pontos no salto.
Neste aparelho, Diego até superou o israelense, mas ficou só
em sexto, com 15,637, o que lhe
dará 20 pontos no ranking, no
qual é o nono colocado.
Agora, Diego só volta a atuar
no mês que vem, quando disputa etapa da Copa em Stuttgart.
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