Como Palmeiras e São Paulo não parecem fazer questão de ganhar o Brasileirão, há mais três candidatos

PERDER EM casa e contra adversários diretos é coisa que não se faz, ainda mais numa reta final de campeonato. Pois foi exatamente o que fizeram o São Paulo e o Palmeiras.
Diante de 25 mil torcedores no Morumbi, o time tricolor sofreu um gol do Galo com 90 segundos de jogo e não teve a menor competência para mudar o placar. Com mil torcedores a mais no Palestra Itália, eis que o alviverde, que não deveria jogar de azul um jogo desses, também foi batido e abatido pelo Flamengo.
Tanto no 1 a 0 de anteontem quanto no 2 a 0 de ontem, os paulistanos viram dois times com ganas de título, o Galo e o Mengo. O veterano Ricardinho deu as cartas no campo do São Paulo e comandou a vitória com a parceria de Diego Tardelli, por coincidência dois ex-jogadores que não guardam boas lembranças de suas saídas do Morumbi.
E o ainda mais veterano Petkovic foi o nome do jogo no campo do Palmeiras, com um golaço desses que valem o ingresso, ao iludir dois campeões mundiais de 2002 ao mesmo tempo, o zagueiro Edmilson e o goleiro Marcos, com dribles e um tapa sutil na bola quando todos esperavam mais um toque para o lado.
E do gol olímpico nem é preciso falar, porque com direito a bola entre as pernas de Wendel e desespero de Marcos. Habilidades à parte dos mineiros e dos cariocas, o fato é que os paulistas deixaram tanto a desejar que permitem imaginar que haja mais três candidatos ao título, principalmente os dois maiores protagonistas desta que foi a 30ª rodada.
Porque o Galo e o Mengo não apenas derrotaram o líder e o ex-vice-líder do campeonato na casa deles. Alvinegro e rubro-negro mostraram alma e organização que parecem estar em falta para os lados do Morumbi e do Palestra Itália. Algo parecido com outro candidato ao título, o Inter, que jogou no Maracanã a chance de ficar na vice-liderança e a só três pontos do Palmeiras. Empatar com o condenado Fluminense também não é coisa de quem queira, de fato, ser campeão.
O perde e ganha como acontece neste ano é algo tão inédito que é capaz de dinamitar todas as certezas, ridicularizar todas as previsões e, sem dúvida, deverá emocionar com todas as decisões que ainda teremos pela frente.

Alvinegros paulistas
Corinthians e Santos já entraram no perigoso campo da galhofa. Menos mal, para os da praia, que suas sereias são uma graça.

Patacoadas
Marcelo Campos Pinto, o executivo da Globo Esporte, quer a volta do mata-mata, porque "futebol é negócio, não entretenimento", justificativa tão sem sentido como a mudança da fórmula, a menos que tenha descoberto, e se esqueceu de nos contar, que entretenimento não é negócio. Ricardo Teixeira resiste ao retrocesso não é de hoje, como várias vezes já se registrou aqui. Como ninguém está acostumado a vê-lo defender boas posições, o país estranha. E surgem teorias. Por enquanto, melhor lhe dar o crédito por não ceder. É justo.

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