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VÔLEI
Contra a Unisul-Barueri, Jon Uriarte tenta o inédito título paulista para o Pinheiros, que atua em parceria com o Minas
Argentino busca feito em final forasteira
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Jon Uriarte queria voltar a conviver com uma cultura "mais
quente", mais parecida com a sua.
Argentino, deixou a Austrália
após quatro anos de trabalho e
desembarcou no Brasil. Nem bem
chegou a Belo Horizonte, mudou-se de mala e cuia para São Paulo.
Em menos de quatro meses, virou referência. E hoje entra em
quadra como maior símbolo do
sucesso "estrangeiro" no Paulista.
Nas mãos do argentino Uriarte
está a equipe do Minas, que tem a
missão de dar ao Pinheiros, um
dos mais tradicionais clubes de
São Paulo, seu primeiro título do
Estadual masculino de vôlei.
Seu adversário, às 13h, em casa,
será a Unisul, parceira de Barueri.
Nunca um Paulista teve tantos times de fora do Estado.
"Todo esse processo foi um
aprendizado grande, que acabou
unindo muito mais o grupo", afirma Uriarte, que herdou o elenco
vice-campeão da Superliga, antes
dirigido por Marcos Miranda,
que hoje treina Nalbert na areia.
O argentino de 44 anos foi escolhido pelo Minas por seu sucesso
na seleção da Austrália -levou o
país pela primeira vez a uma
Olimpíada, em Atenas-2004- e
pelo faro para achar talentos, desenvolvido graças a problema que
Argentina e Brasil compartilham.
"Também perdemos nossos atletas muito cedo para o exterior."
Uriarte chegou a Belo Horizonte em agosto. Nem teve tempo de
alugar uma casa. Nos últimos meses, revezou-se entre hotéis em
São Paulo e Minas, fruto da correria entre o Paulista e o Mineiro.
As idas e vindas o aproximaram
do grupo. E de novos amigos.
A torcida do time, quando joga
em casa, é de amedrontar qualquer rival. A parceria com o Pinheiros deu à equipe a chance de
fazer musculação com os levantadores do peso do clube. A trupe
de Uriarte não só aprendeu novas
técnicas de exercícios como ganhou torcedores fanáticos.
"O apoio que eles estão nos dando é fantástico. Mas temos de tomar cuidado se perdemos. É um
maior que o outro", previne-se o
treinador, gargalhando.
O bom humor é uma das marcas do treinador. Principalmente
quando relembra as "roubadas"
enfrentadas pela equipe.
A pior delas ocorreu no penúltimo jogo da fase semifinal, contra
o Banespa. Os atletas teriam de
sair correndo após a partida rumo
ao aeroporto para assistir ao casamento do líbero Serginho.
"O que você acha que aconteceu? A preliminar foi 3 a 2, o nosso
jogo foi 3 a 2, perdemos... Nunca
vi correria tão grande. Foi nosso
maior teste", diz, rindo muito.
Nesse caso, porém, o bom humor ameniza a insatisfação.
Uriarte critica as mudanças feitas
na tabela em cima da hora durante o Paulista, inclusive a que colocou seu jogo no mesmo dia do casamento -o torneio não se enquadraria no Estatuto do Torcedor por não ser profissional.
"Existe muita pressão da TV. E
aí esquecem das equipes."
Hoje, Uriarte terá pela frente
um time que viveu situações semelhantes. Os catarinenses da
Unisul passaram os últimos meses entre Barueri e Florianópolis e
tiveram de se virar sem o técnico
José Roberto Guimarães, que está
com a seleção feminina.
Todos os obstáculos foram superados. Menos um. O Pinheiros
de Uriarte é o único time que o de
Barueri não conseguiu bater.
NA TV - Sportv e Cultura, ao
vivo, às 13h
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