São Paulo, sábado, 19 de novembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VÔLEI

Contra a Unisul-Barueri, Jon Uriarte tenta o inédito título paulista para o Pinheiros, que atua em parceria com o Minas

Argentino busca feito em final forasteira

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Jon Uriarte queria voltar a conviver com uma cultura "mais quente", mais parecida com a sua. Argentino, deixou a Austrália após quatro anos de trabalho e desembarcou no Brasil. Nem bem chegou a Belo Horizonte, mudou-se de mala e cuia para São Paulo.
Em menos de quatro meses, virou referência. E hoje entra em quadra como maior símbolo do sucesso "estrangeiro" no Paulista.
Nas mãos do argentino Uriarte está a equipe do Minas, que tem a missão de dar ao Pinheiros, um dos mais tradicionais clubes de São Paulo, seu primeiro título do Estadual masculino de vôlei.
Seu adversário, às 13h, em casa, será a Unisul, parceira de Barueri. Nunca um Paulista teve tantos times de fora do Estado.
"Todo esse processo foi um aprendizado grande, que acabou unindo muito mais o grupo", afirma Uriarte, que herdou o elenco vice-campeão da Superliga, antes dirigido por Marcos Miranda, que hoje treina Nalbert na areia.
O argentino de 44 anos foi escolhido pelo Minas por seu sucesso na seleção da Austrália -levou o país pela primeira vez a uma Olimpíada, em Atenas-2004- e pelo faro para achar talentos, desenvolvido graças a problema que Argentina e Brasil compartilham. "Também perdemos nossos atletas muito cedo para o exterior."
Uriarte chegou a Belo Horizonte em agosto. Nem teve tempo de alugar uma casa. Nos últimos meses, revezou-se entre hotéis em São Paulo e Minas, fruto da correria entre o Paulista e o Mineiro.
As idas e vindas o aproximaram do grupo. E de novos amigos.
A torcida do time, quando joga em casa, é de amedrontar qualquer rival. A parceria com o Pinheiros deu à equipe a chance de fazer musculação com os levantadores do peso do clube. A trupe de Uriarte não só aprendeu novas técnicas de exercícios como ganhou torcedores fanáticos.
"O apoio que eles estão nos dando é fantástico. Mas temos de tomar cuidado se perdemos. É um maior que o outro", previne-se o treinador, gargalhando.
O bom humor é uma das marcas do treinador. Principalmente quando relembra as "roubadas" enfrentadas pela equipe.
A pior delas ocorreu no penúltimo jogo da fase semifinal, contra o Banespa. Os atletas teriam de sair correndo após a partida rumo ao aeroporto para assistir ao casamento do líbero Serginho.
"O que você acha que aconteceu? A preliminar foi 3 a 2, o nosso jogo foi 3 a 2, perdemos... Nunca vi correria tão grande. Foi nosso maior teste", diz, rindo muito.
Nesse caso, porém, o bom humor ameniza a insatisfação. Uriarte critica as mudanças feitas na tabela em cima da hora durante o Paulista, inclusive a que colocou seu jogo no mesmo dia do casamento -o torneio não se enquadraria no Estatuto do Torcedor por não ser profissional.
"Existe muita pressão da TV. E aí esquecem das equipes."
Hoje, Uriarte terá pela frente um time que viveu situações semelhantes. Os catarinenses da Unisul passaram os últimos meses entre Barueri e Florianópolis e tiveram de se virar sem o técnico José Roberto Guimarães, que está com a seleção feminina.
Todos os obstáculos foram superados. Menos um. O Pinheiros de Uriarte é o único time que o de Barueri não conseguiu bater.


NA TV - Sportv e Cultura, ao vivo, às 13h


Texto Anterior: Futebol: Leão critica volantes do Palmeiras
Próximo Texto: Frase
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.