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Banco peruano resolve no duelo dos treinadores
Alterações de Del Solar surtem efeito; Dunga sofre com inércia dos reservas
DO ENVIADO A LIMA
As substituições do técnico
do Peru, José del Solar, fizeram
seu time melhorar e conseguir
o empate contra o Brasil. Já
Dunga não teve a mesma sorte
e não viu seus comandados
evoluírem depois das trocas
efetivadas pelo treinador.
Esse foi um dos pontos essenciais da partida que confirmou a sina de visitante sem sucesso do time nacional.
Um gol solitário de Kaká, em
belo chute de três dedos da entrada da área, parecia que afastaria o fantasma das más atuações da seleção brasileira como
forasteira. O lance ocorreu aos
40min do primeiro tempo.
Mas, aos 26min da segunda
etapa, o ala Vargas, também em
um chute de longe, empatou
com auxílio do zagueiro Lúcio,
que tocou na bola e a tirou do
alcance de Júlio César.
Esse empate levou o Brasil a
somar dois pontos em confrontos fora de casa, o que lhe dá um
desempenho de 33,3%. É igual
ao rendimento da seleção nas
últimas duas eliminatórias, para as Copas de 2002 e 2006.
Se os números não são favoráveis, o futebol também não
foi vistoso. Tanto que o destaque da equipe foi sua defesa, até
ocorrer a infelicidade de Lúcio.
O trio Ronaldinho, Kaká e
Robinho esteve apagado na
maior parte do jogo. Seu único
momento de brilho foi na bela
finalização do meia do Milan,
que deu outro chute perigoso.
Quanto aos atletas do Barcelona e do Real Madrid, nem isso. Visivelmente sem condição
ideal para jogar -recupera-se
de lesão no tornozelo direito-,
Ronaldinho foi o segundo mais
acionado (56 bolas), mas parou
nos adversários -foi quem
mais sofreu faltas (11).
Já Robinho errou três dos
cinco dribles que tentou e não
fez nenhuma jogada de perigo.
No primeiro tempo, pelo menos, o time de Dunga tinha
maior domínio das ações. E até
conseguiu alguns arremates,
com Kaká e Vágner Love. Só
que os quatro homens de frente
não auxiliavam na marcação, o
que dava espaços ao ataque peruano. Só faltou aos adversários a mesma precisão de Kaká,
favorito na eleição da Fifa para
melhor jogador de 2007.
A segunda etapa viu um Brasil mais recuado, até com maior
dedicação à marcação dos jogadores ofensivos. Mas isso resultou em um domínio peruano.
As substituições de Del Solar
tornaram os anfitriões mais
ofensivos. Foi exercida pressão, motivada pela torcida, e
choviam bolas na área brasileira. Já as entradas de Luis Fabiano e Elano, nas vagas de
Vágner Love e Robinho, não
surtiram efeito algum na dinâmica da equipe amarela.
Dos defensores brasileiros,
destaque para Juan, da Roma, o
melhor do time em campo. Ele
respondeu por 34 dos 134 desarmes da seleção, ou 25,3%. Só
que o lance infeliz de seu companheiro Lúcio resultou no
empate. O jogador do Bayern
de Munique ainda levou um
cartão amarelo, que o suspende
da partida contra o Uruguai.
No final, o Brasil ainda teve
uma leve melhora, e a equipe
voltou a conseguir finalizações.
E, numa cobrança de escanteio
que foi parar na cabeça de Juan,
conseguiu mandar a bola na
trave adversária no último lance da partida em Lima.
Resta ao Brasil apostar em
sua superioridade em casa para
tentar subir na tabela -atua
depois de amanhã, em um Morumbi lotado. Até hoje, a seleção nunca perdeu em solo nacional em jogos por eliminatórias. Além disso, tem a vantagem de que os adversários mais
próximos (Argentina, Paraguai
e Colômbia) vão atuar fora de
casa na rodada.
(PAULO COBOS)
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