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HIPISMO
Federação reitera que país não irá à Olimpíada como equipe, e CBH tem de definir se leva ou não Rodrigo Pessoa
Apelação falha, e Brasil vê encruzilhada
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
A cartada final da Confederação
Brasileira de Hipismo para definir
de uma maneira pacífica os cavaleiros que irão à Olimpíada de
Atenas-2004 foi por água abaixo.
A Federação Equestre Internacional informou à Folha que seu
departamento jurídico rejeitou a
apelação feita pela CBH para que
o país pudesse participar da prova
de saltos por equipe nos Jogos
Olímpicos do próximo ano.
A questão é se a entidade enviará aos Jogos os ginetes que ganharam para o país no Pan duas vagas
para a Olimpíada ou o melhor cavaleiro do Brasil, Rodrigo Pessoa,
ex-número um do mundo, tricampeão da Copa do Mundo e
também ex-campeão mundial.
Em setembro, uma comissão,
integrada por Camillo Ashcar,
presidente da CBH, Antonio Alegria, diretor técnico da entidade, e
Nelson Pessoa, pai de Rodrigo, foi
à sede da FEI, em Lausanne (SUI),
para entregar documento com a
argumentação dos brasileiros.
A CBH questionava o fato de o
Brasil ter sido bronze no Pan e ter
ficado fora da Olimpíada. Durante a competição, os brasileiros
também alegaram que o regulamento da prova, classificatória
para as Olimpíadas, dava margem
para dupla interpretação.
Pelo regulamento, que foi aceito
pelo Brasil, a competição classificaria para Atenas os três primeiros colocados cujos conjuntos tivessem o melhor desempenho,
sem descarte do pior resultado.
Porém, para a definição do pódio do Pan, o cavaleiro com a pior
performance teria o seu resultado
desconsiderado. Assim, o Brasil
desbancou a Argentina pelo
bronze, mas viu o rival sul-americano amealhar a vaga olímpica.
A FEI analisou o recurso do Brasil e reiterou oficialmente que os
três países que garantiram vagas
por equipe para os Jogos de Atenas-2004 foram, pela seguinte ordem, EUA, México e Argentina.
No Pan, os ginetes Alvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, e
Bernardo Resende obtiveram vagas individuais para o Brasil.
O primeiro alega que logo depois da conquista das vagas o presidente da CBH, Camillo Ashcar,
prometeu que iria a Atenas quem
garantiu as vagas para o país.
Mais recentemente, textos distribuídos pela assessoria de Doda
davam como certa sua participação em Atenas-2004 e até cravavam com qual montaria ele formaria conjunto nos Jogos Olímpicos: Ski, de 8 anos.
Doda fez somente uma ressalva.
"Se houver problemas, se alguém
estiver sem cavalos à época dos
Jogos, pode desistir e abrir uma
vaga. Mas se estiver como hoje,
com montaria nova, de primeiro
mundo, não abriria mão dela."
Ao ser questionado sobre o tema, Pessoa, em um primeiro momento, chegou a dizer que "Ashcar havia explicado a situação de
outra forma". Na sequência, porém, mudou o discurso, ao afirmar que no seu entender o mais
lógico seria haver uma seletiva.
O próprio Ashcar, no entanto,
afirmou que apenas se pronunciaria sobre o assunto após o julgamento do recurso pela FEI.
Questionado sobre as declarações que lhe foram imputadas, o
dirigente não confirmou e tampouco negou que tivesse prometido vaga a Doda ou a Pessoa.
Algumas pessoas ligadas ao episódio, que pediram para não serem identificadas, dizem que o silêncio de Ashcar foi o modo que
arrumou para não aumentar a
polêmica até que fosse forçado a
tomar uma decisão final.
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