|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Reverenciado como uma lenda por seus atletas, técnico persegue 5º título
Luxemburgo cria legião de súditos para erguer a taça
DOS ENVIADOS A SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
Para a história do Brasileiro, um
recordista. Para os seus jogadores,
muito mais que isso.
Vanderlei Luxemburgo, 52,
quatro títulos no currículo, tem a
chance de ampliar hoje a sua própria marca, e o faz amparado por
um time que bem poderia ser
confundido com um séquito.
Como em nenhum outro grande clube do país, o treinador santista é tido por seus pupilos como
um totem, uma lenda.
Nos dias que antecederam a decisão, os jogadores passaram a cobri-lo de elogios desbragados,
muitas vezes sem nem terem sido
questionados sobre o assunto.
"Passamos por muitas dificuldades neste campeonato, mas,
verdade seja dita: ele [Luxemburgo] consegue tirar leite de pedra,
tem inteligência de passar motivação nos momentos mais difíceis. A gente se apega ao que ele
fala com facilidade, é até difícil de
vocês entenderem", abre o festival de elogios o lateral Léo.
Mesmo tendo surgido com destaque no cenário nacional sob o
comando de Leão, ele parece esquecer o antecessor de Luxemburgo quando fala do atual técnico. "Com o Vanderlei aprendi a
me posicionar muito melhor",
afirma Léo, que joga na mesma
posição que o seu comandante
atuou nos tempos de jogador.
A toada segue com o volante
Preto Casagrande, que estava encostado no Santos de Leão e virou
titular no de Luxemburgo: "Ele
nos coloca a todo instante no lugar certo. É um vencedor". Questionado sobre a forma ríspida
com que o chefe comanda os treinos, sai em sua defesa. "É que ele
está sempre ligado, não perde a
atenção. A mania de perfeição é o
maior diferencial dele."
A bola é passada para Deivid,
que já foi atleta de Luxemburgo
no Corinthians e no Cruzeiro.
"Sou suspeito para falar. Trabalho com ele já há quatro anos. É
só você ver que pegou o time em
20º e agora disputamos o título.
Não precisa nem de comentário."
O reserva Basílio, que passou a
titular com o afastamento de Robinho e hoje volta ao banco, não
desafina o coro. "Basta você ver
os títulos dele. Esteve na seleção, é
um técnico de ponta no Brasil e
no mundo. Ele tem uma postura
que todo mundo respeita." Aqui,
mais uma vez, a fidelidade ao treinador tem razões pessoais. "Eu
estava prestes a sair do Santos em
junho, e ele me segurou. Você fica
tranqüilo quando sabe que um
comandante confia em você."
O meia e capitão Ricardinho,
pupilo no Corinthians de 98, falou sobre a escalação de Robinho
após a libertação da mãe: "O Vanderlei toma decisões certas, e essa
foi mais uma que ele teve de tomar num momento importante".
Uma das marcas da carreira de
Luxemburgo é incluir como requisito para sua contratação que
o clube inclua no pacote jogadores e comissão técnica de sua extrema confiança. Ao assumir o
Santos pela segunda vez, em
maio, levou consigo vários profissionais, como o preparador físico
Antônio Mello, o preparador de
goleiros Luiz Alberto e a nutricionista Patrícia Teixeira.
Depois, mudou a cara do elenco, repatriando Deivid, Antônio
Carlos, Zé Elias, Fabinho e William. Contratou ainda o goleiro
chileno Tápia, indicado pelo seu
genro, o volante Maldonado.
Pediu como auxiliar técnico o
ex-jogador Gallo e ganhou também para a função, por um pedido da direção santista, o ex-artilheiro Serginho Chulapa, que hoje se derrama pelo comandante:
"Digo e repito, sem medo de errar, que ele está muito à frente
dos outros técnicos".
A questão é saber se toda essa
gente acompanhará Luxemburgo
caso ele deixe o clube. O técnico,
que recebe R$ 400 mil por mês,
tem uma proposta da MSI para ir
para o Corinthians, onde ganharia cerca de R$ 600 mil.
(FÁBIO VICTOR E MÁRVIO DOS ANJOS)
NA TV - Globo (só para São
Paulo) e Record (só para São
Paulo e Santos), aos vivo, às 16h
Texto Anterior: Donos de seis taças agonizam juntos no final Próximo Texto: Memória: Lista de saídas confusas pode ter novo capítulo Índice
|